sexta-feira, 23 de julho de 2010

Massacre do Sítio Calderão: Um pulo na História e um importante passo no presente

DENÚNCIA: SÍTIO CALDEIRÃO, O ARAGUAIA DO CEARÁ – UMA HISTÓRIA QUE NINGUÉM CONHECE PORQUE JAMAIS FOI CONTADA

Esse foi o título de uma matéria que recebi por email do Portal SOS Direitos Humanos. Por tratar-se de um tema que sempre despertou meu interesse, achei importante piblicar aqui no Blog. Desde já declaro que o Blog Saboeiro existe abraça a causa do SOS Direitos Humanos, em favor da busca da cova coletiva dos mortos na chacina do Sítio Calderão. Leia o conteúdo do email:

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“As Vítimas do Massacre do Sítio Caldeirão têm direito inalienável à Verdade, Memória, História e Justiça!” Otoniel Ajala Dourado

O MASSACRE DELETADO DOS LIVROS DE HISTÓRIA

No município de CRATO, interior do CEARÁ, BRASIL, houve um crime idêntico ao do “Araguaia”, foi a CHACINA praticada pelo Exército e Polícia Militar em 10.05.1937, contra a comunidade de camponeses católicos do SÍTIO DA SANTA CRUZ DO DESERTO ou SÍTIO CALDEIRÃO, cujo líder religioso era o beato “JOSÉ LOURENÇO GOMES DA SILVA”, paraibano negro de Pilões de Dentro, seguidor do padre CÍCERO ROMÃO BATISTA, encarados como “socialistas periculosos”.

O CRIME DE LESA HUMANIDADE

O crime iniciou-se com um bombardeio aéreo, e depois, no solo, os militares usando armas diversas, como metralhadoras, fuzis, revólveres, pistolas, facas e facões, assassinaram na “MATA CAVALOS”, SERRA DO CRUZEIRO, mulheres, crianças, adolescentes, idosos, doentes e todo o ser vivo que estivesse ao alcance de suas armas, agindo como juízes e algozes. Meses após, JOSÉ GERALDO DA CRUZ, ex-prefeito de Juazeiro do Norte/CE, encontrou num local da Chapada do Araripe, 16 crânios de crianças.

A AÇÃO CIVIL PÚBLICA PROPOSTA PELA SOS DIREITOS HUMANOS

Como o crime praticado pelo Exército e Polícia Militar do Ceará é de LESA HUMANIDADE / GENOCÍDIO é IMPRESCRITÍVEL conforme legislação brasileira e Acordos e Convenções internacionais, a SOS DIREITOS HUMANOS, ONG com sede em Fortaleza – CE, ajuizou em 2008 uma Ação Civil Pública na Justiça Federal contra a União Federal e o Estado do Ceará, requerendo: a) que seja informada a localização da COVA COLETIVA, b) a exumação dos restos mortais, sua identificação através de DNA e enterro digno para as vítimas, c) liberação dos documentos sobre a chacina e sua inclusão na história oficial brasileira, d) indenização aos descendentes das vítimas e sobreviventes no valor de R$500 mil reais, e) outros pedidos

A EXTINÇÃO SEM JULGAMENTO DE MÉRITO DA AÇÃO

A Ação Civil Pública foi distribuída para o Juiz substituto da 1ª Vara Federal em Fortaleza/CE e depois, para a 16ª Vara Federal em Juazeiro do Norte/CE, e lá em 16.09.2009, extinta sem julgamento do mérito, a pedido do MPF.

RAZÕES DO RECURSO DA SOS DIREITOS HUMANOS PERANTE O TRF5

A SOS DIREITOS HUMANOS apelou para o Tribunal Regional da 5ª Região em Recife/PE, argumentando que: a) não há prescrição porque o massacre do SÍTIO CALDEIRÃO é um crime de LESA HUMANIDADE, b) os restos mortais das vítimas do SÍTIO CALDEIRÃO não desapareceram da Chapada do Araripe a exemplo da família do CZAR ROMANOV, que foi morta no ano de 1918 e a ossada encontrada nos anos de 1991 e 2007;

A SOS DIREITOS HUMANOS DENUNCIA O BRASIL PERANTE A OEA

A SOS DIREITOS HUMANOS, como os familiares das vítimas da GUERRILHA DO ARAGUAIA, denunciou no ano de 2009, o governo brasileiro na Organização dos Estados Americanos – OEA, pelo DESAPARECIMENTO FORÇADO de 1000 pessoas do SÍTIO CALDEIRÃO.

QUEM PODE ENCONTRAR A COVA COLETIVA

A “URCA” e a “UFC” com seu RADAR DE PENETRAÇÃO NO SOLO (GPR) podem localizar a cova coletiva, mas não o fazem porque para elas, os fósseis de peixes do “GEOPARK ARARIPE” são mais importantes que as vítimas do SÍTIO CALDEIRÃO.

A COMISSÃO DA VERDADE

A SOS DIREITOS HUMANOS em julho de 2010 passou a receber apoio da OAB/CE pelo presidente da entidade Dr. Valdetário Monteiro, nas buscas da COVA COLETIVA das vítimas do Sítio Caldeirão, e continua pedindo aos internautas divulguem a notícia, bem como a envie para seus representantes no Legislativo, solicitando um pronunciamento exigindo do Governo Federal a localização da COVA COLETIVA das vítimas do SÍTIO CALDEIRÃO."

Paz e Solidariedade,

Dr. Otoniel Ajala Dourado
OAB/CE 9288 – 55 85 8613.1197
Presidente da SOS – DIREITOS HUMANOS
Editor-Chefe da Revista SOS DIREITOS HUMANOS
Membro da CDAA da OAB/CE
http://www.sosdireitoshumanos.org.br
sosdireitoshumanos@ig.com.br
http://twitter.com/REVISTASOSDH


Leia a matéria completa sobre o assunto no link abaixo:

http://www.sosdireitoshumanos.org.br/acpdomassacredocaldeirao.html

Veja parte dessa matéria:


MEMORIAL "SÍTIO CALDEIRÃO" Página 02

Se você desejar colaborar com este memorial, nos envie o material para o email: sosdireitoshumanos@ig.com.br

Foto da comunidade da SANTA CRUZ DO DESERTO sentada tendo à frente o beato JOSÉ LOURENÇO antes do massacre começar.





JORNAL DO BRASIL ESPECIAL, com a reportagem sobre a "CHACINA" DO SÍTIO CALDEIRÃO.









ABSURDO! Foto de três camponeses católicos do Sítio Caldeirão, que após assassinados, foram fotografados e na foto, batizados com nomes de "santos", como forma de chacota.






As ruínas de uma das casas do SÍTIO CALDEIRÃO, destruídas Exército e pela Polícia Militar do Ceará.





A última moradia do beato "JOSÉ LOURENÇO" no SÍTIO CALDEIRÃO, antes do massacre e destruição feitos pelo Exército e pela Polícia Militar do Ceará.




Foto atual da igreja construída pelo beato paraibano JOSÉ LOURENÇO no SÍTIO CALDEIRÃO.





Documentário produzido em DVD pelo cineasta Rozemberg Cariry contando a história do massacre do SÍTIO CALDEIRÃO, com depoimentos de sobreviventes e de dois generais que comandaram o evento.





Antônio Inácio revê o passado com um sentimento de saudade e tristeza. Sentado no terreiro de sua casa, no Sítio Ramada, município de Santana do Cariri, a cerca de 20 quilômetros do Caldeirão, Inácio recorda que todos viviam como irmãos, rezando e trabalhando, sob o comando de Zé Lourenço que era tratado como “Padim”. “Aquilo era um paraíso em cima da terra”, recorda, ao mesmo tempo em que carrega dentro da alma o que ele chama de “injustiça praticada pelos homens do poder”. Reportagem do jornal Diário do Nordeste, edição do dia 10.05.2007.


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