Topiqueiro Adriany foi morto a tiros

Saboeiro está de luto! A cidade na última quarta-feira (30)  foi tomada de surpresa com a notícia da trágica morte de uma das pessoas mais queridas e populares não só do município, mas de toda a região que vai de Campos Sales a Iguatu. José Adriany Ferreira Lima, 41 anos, foi executado a tiros com características de crime encomendado, na manhã deste dia 30 de outubro, por volta das 10 horas. O crime aconteceu quando o topiqueiro trafegava na Rodovia Estadual que liga Campos Sales a Saboeiro, distante aproximadamente 9 km de Campos Sales, nas proximidades do conhecido "Bar do Catapora", logo após o Posto da CPRV. 

Na longa espera da chegada da Polícia Forense, à margem da CE Foto: Ely Santos

Passageiros e o cobrador que ficaram apavorados durante a ação do bandido, relataram como tudo aconteceu. Um elemento à margem da rodovia sinalizou para Adriany parar, e pensando se tratar de um passageiro, o motorista parou e abriu a porta do veículo, quando foi imediatamente alvejado com cinco tiros de revólver, sendo atingido por três, e tendo morte imediata.Ao receber o primeiro tiro, relata uma das passageiras que Adriany ainda teria dito: "Meu Deus!" O autor dos disparos, um homem descrito como baixo e moreno, teria saído andando a pé, calmamente, embrenhando-se no mato.

Soltando o Verbo:

Com um dos seus doze "netinhos", um dia antes de sua morte

Adriany, como era chamado por todos, era uma figura carismática, o típico exemplo de homem bem sucedido, com uma família linda, bem estruturado financeiramente, homem de muitos amigos. Era bonito por dentro e por fora! Do tipo que conquista multidões e desperta inveja, porque a matéria prima dos invejosos é voltada para o que é bom, o que se destaca, o que é amado. E foi essa doença moral feia, a ainveja, que levou alguém de mente e coração sujos, a encomendar a morte de um homem bom, pai de família trabalhador. Algumas pessoas não entendem que o sol nasce para todos, e que no mundo competitivo, sobresai-se quem for mais criativo, quem mostrar mais empatia, e que o trabalho não é para dividir as pessoas, mas para uní-las. Então, aconteceu a covardia, o absurdo, o inimaginável, o inacreditável! Saboeiro sem Adriany não é mais a mesma coisa. A rota pra quem transita entre os municípios de Saboeiro a Iguatu, Saboeiro a Campos Sales não será mais a mesma sem o cara que parava a topique dizendo: "Vamos entrando, minha gente, tem bolo e refrigerante lá atrás!" E o que dizer das crianças que cercavam a topik aonde ele parava, esperando as moedas já separadas e alegria do "padim", onde quer que ele parasse, diariamente? Ora, o homenzarrão virava menino de novo no meio da criançada.

Amigo dos pobre e dos ricos, dos empresários e dos garis, das crianças e dos idosos, dos animais. Generoso, caridoso com os mais humildes, com os presos, com os excluídos, com o mais necessitado. Nos últimos meses também um homem de muita fé, entregue a uma mudança provocada pelo genuíno amor de Deus, transformado em Cristo Jesus. O bom humor sempre lhe acompanhou! Parafraseando a canção de Raimundo Fagner, em menção a alegria que ele espalhava, eu diria que até as pedras cantavam na presença do meu amigo Adriany. Com os amigos mais chegados um relacionamento de irmão, e a paixão pelo rubro-negro que o acompanhou até o momento final de sua despedida, na homenagem feita por um dos melhores amigos, Vlamilton Braga, que cobriu o seu caixão com a bandeira do seu time do coração.

A felicidade do casal no alto do Morro da Paz, com visão panorâmica noturna da cidade de Saboeiro

Eterno apaixonado pela sua linda esposa, Bena, o casal sempre foi destaque onde chegassem. Recentemente a união dos dois completaram 20 anos, e eviviam um clima de lua-de-mel, amparados no amor e na decisão de permanecerem juntos até que a morte os separassem. Só não imaginavam que essa separação chegasse tão cedo, e que não fosse através de morte natural, mas sim fruto de uma ação tão cruel e desnecessária. Sempre viu na família seu maior patrimônio. Os três filhos, Antonio Neto, Isadora e Isabella são a expressão desse amor familiar. A sua relação com os irmãos, cunhados, sogros sempre foi a melhor possível, alguém com quem sempre podiam contar. Com os vizinhos a cordialidade era marca registrada e falo isso com base em alguns meses que eu mesma fui sua vizinha. Os clientes passageiros tinham dele todo respeito, bem como os colegas de CoperCensul, todos presentes no seu sepultamento.

Adriany com a esposa, filhos, genro e nora, na Igreja

Cortejo fúnebre para o sepultamento