Prefeito Marcondes Ferraz leva equipe da CREDE 18 para visitar escola Anexo e a Creche Pro-Infância

 Neyla Cyrce Brito Falcão (Supervisora NRCOM), Dr. Marcondes Ferraz
 (Prefeito de Saboeiro); Antonia Edna Belém Gomes (Coordenadora Regional
 da 18ª CREDE),  Leonarda Arrais Feitosa (Gerente Regional do PAIC)

O prefeito municipal de Saboeiro Dr. Marcondes Ferraz, aproveitando a II Conferência Municipal da Educação, levou às representantes da 18ª CREDE, a uma visitar a escola Lídia Bezerra (ANEXO), onde na oportunidade mostrou a situação caótica na qual a escola se encontra.

“Esta escola esta sem condições de uso, o piso e paredes estão esburacado, janelas e portas estão caindo, uma verdadeira calamidade, a escola não condiz com a situação da Educação de Saboeiro.” Disse o prefeito, que finalizou com a frase, “Preciso da ajuda do Estado, para a reforma desta escola, pois só o município não tem condições de arcar com tudo, mesmo porque a escola é estadual e não do município.”

Em seguida o prefeito levou as representantes da 18ª CREDE a Creche da Proinfância, onde ele fez questão de mostrar toda o ambiente. E disse que espera inaugurar a Creche nos próximos meses.

Fonte: Site oficial da Prefeitura: www.saboeiro.ce.gov.br

Soltando o Verbo:

Os problemas do Anexo

O Anexo, antiga Escola Olavo Oliveira, faz parte do que tem de mais rico na memória dos saboeirenses que estudaram aqui na infância, na época em que a escola era destinada apenas ao ensino infantil, da alfabetização até a 4ª série. Hoje, está como anexo da Escola Lídia Bezerra, com alunos do Ensino Fundamental, do 5º ao 9º Ano, e funciona em regime de parceria com a Escola Municipal, atendendo aos alunos da rede municipal. Dessa forma, com um pé na Prefeitura e outro no Estado, a escola tá ficando desassistida pelo Governo do Estado. 

Além dos problemas estruturais da escola, existe atualmente o desafio constante de superar a indisciplina dos jovens que lá hoje estudam, especialmente no turno da noite. Pelo que pude perceber ano passado, durante as várias visitas á escola desenvolvendo atividades da comissão pro-selo unicef, os professores têm enorme dificuldade em conter os alunos. Na ocasião, imaginei que estava dentro do filme "Ao mestre com Carinho" (risos). Vi professores tentando dar aula a uma turma dispersa, onde muitos com celulares com fones de ouvido totalmente alheios à aula, coordenadores e professores o tempo todo ativos, mandando um entrar na sala, chamando atenção de outro (como se tivesse lidando com crianças em uma creche). Pude perceber também a presença da guarda do pro-cidadania, para garantir a segurança na hora do intervalo. Tinha momentos que a sensação que me passava era de susto. Sim, realmente me senti assustada diante do cenário à minha frente. Sempre quis abordar essa questão aqui no blog, embora entenda que isso seja como mexer num vespeiro. 

Como tenho formação pedagógica e atuei em sala de aula muito tempo, tentei me colocar ali, na pela daqueles professores, e também na pele daqueles jovens, me perguntando que rumo nossos jovens estão tomando, que futuro eles esperam, o que realmente está interferindo para que a vida escolar esteja assim comprometida. E esses questionamentos nos levam mais longe, nos fazem refletir sobre a situação da juventude saboeirense, hoje a mercê da falta de ocupação, das drogas, do uso abusivo de álcool, da inversão de valores, da falta de diálogo com a família, do desuso do lado bom das novas tecnologias... Aí nos perguntamos: são os fatores e a decadência externa? É questão de metodologia de ensino errada? A linguagem da escola é a que os alunos entendem? E os alunos, estão mesmo interessados que se desenvolva nova metodologia onde possam de fato se envolver no processo de ensino-aprendizagem ou isso não tem importância para eles?

Não tive a oportunidade de visitar a escola esse ano, especificamente o turno da noite que onde senti os maiores problemas. Espero que a situação esteja amenizada, pois o anexo precisa sobreviver, e sobretudo, o futuro de nossos jovens precisa sinalizar para a construção de cidadãos preparados para a vida e para o mercado de trabalho.