terça-feira, 26 de junho de 2012

Conselho de Ética aprova por unanimidade cassação do senador metido a moralista Demóstenes Torres

Metido a moralista era considerado o paladino da honestidade


26/06/2012 - Por unanimidade, os 15 integrantes do Conselho de Ética do Senado aprovaram o relatório do senador Humberto Costa (PT-PE) que pede a cassação de Demóstenes Torres (ex-DEMO) por quebra de decoro parlamentar decorrente do seu suposto envolvimento com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

O caso precisa ainda passar por uma análise de constitucionalidade na Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Depois dessa etapa, deverá seguir para apreciação de todos os senadores em plenário, onde a votação é secreta.

Ao longo das 69 páginas de seu parecer, o relator do caso, senador Humberto Costa (PT-PE), afirmou que Demóstenes faltou com a verdade ao dizer que não sabia das atividades ilegais de Cachoeira. O senador defendeu ainda que, mesmo que os projetos de legalização dos jogos de azar não tenham avançado no Congresso Nacional, Demóstenes teria atuado como um “facilitador” do contraventor na Casa. Ainda no documento, Costa afirma que o contraventor Carlinhos Cachoeira “é um verdadeiro anjo da guarda” de Demóstenes.

“É de se concluir que a vida política do senador Demóstenes Torres, desde 1999, gravita em torno dos interesses da Carlinhos Cachoeira no ramo de jogos de azar”, afirmou o relator.

Costa também rebateu o pedido de Demóstenes Torres, que durante sua fala ao Conselho de Ética, em 29 de maio, pediu que fosse julgado “pelo que fez e não pelo que falou”.

“Julgaremos o representado [Demóstenes] pelos seus atos, mas isso não nos exime de examinar suas palavras, pois a palavra é a essência do governo democrático-republicano. Atos e palavras não se desvencilham no processo de conformação de um juízo de valoração política”, disse o relator.

Defesa

O advogado Antonio de Almeida Castro, o Kakay, voltou a pedir aos senadores que desconsiderassem as informações obtidas pelas interceptações telefônicas da polícia que, segundo ele, foram vazadas de forma “sistemática e criminosa” para a imprensa e feitas de forma ilegal pela polícia.

Kakay pediu ainda que o caso fosse avaliado pelos 80 senadores em plenário onde espera um julgamento “isento, tranquilo e maduro”. “O senador Demóstenes rigorosamente não mentiu, omitiu e não cometeu nada que pudesse comprometer seu mandato. Não há questão objetiva que pode imputar quebra de decoro”. Ele nega qualquer ajuda ao contraventor por parte de Demóstenes durante seu mandato.

Após o envio do relatório para a CCJ, o presidente da comissão, senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), terá de aguardar um prazo de cinco sessões plenárias antes de colocar em votação a constitucionalidade do relatório aprovado no Conselho de Ética.

Fonte: São Gonçalo Notícias

Entendendo o caso:

No dia 29 de fevereiro, Carlos Augusto Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira, foi preso, acusado de ser o chefe de uma quadrilha especializada em explorar máquinas caça-níqueis em cinco Estados. Desde então, as revelações do que a Polícia Federal, o Ministério Público Federal (MPF) e a Receita Federal levantaram na Operação Monte Carlo trouxeram à tona muito mais do que denúncias relacionadas ao jogo ilegal. Abaixo, os principais acontecimentos do caso.

2004
- O nome de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, surge pela primeira vez no cenário nacional após a divulgação de um vídeo - gravado por ele - no qual Waldomiro Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, pede propina. O dinheiro seria para a campanha eleitoral do PT e do PSB no Rio de Janeiro. Em troca, Diniz prometia ajudar Cachoeira em uma concorrência pública carioca. A divulgação do vídeo se transformou no primeiro grande escândalo de corrupção do governo Luiz Inácio Lula da Silva.

29 de fevereiro de 2012
- Carlinhos Cachoeira volta ao noticiário ao ser preso pela Polícia Federal na Operação Monte Carlo. Ele é acusado de comandar uma quadrilha que explorava o jogo ilegal em Goiás. No dia seguinte, o empresário é levado para o presídio federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte. Também são cumpridos 35 mandados de prisão e 37 de busca e apreensão.

3 de março de 2012
- O deputado federal Rubens Otoni (PT-GO), então candidato ao governo de Anápolis (GO), aparece em dois vídeos negociando doação de campanha com Carlinhos Cachoeira.

- O deputado Sandes Júnior (PP-GO) (centro) também é flagrado em gravações falando com o bicheiro sobre a concorrência pública do governo de Goiás para a venda de uma rádio.

- O líder do PTB na Câmara, deputado Jovair Arantes (GO), aparece nas gravações da PF pedindo dinheiro a Cachoeira para ajudar em sua campanha eleitoral. Em sua defesa, ele prega a legalização dos jogos de azar no Brasil.

6 de março de 2012
- Demóstenes faz um discurso no plenário do Senado para se defender das acusações. Diz que mantém apenas uma relação de amizade com Cachoeira, que não está sendo investigado e que a violação do seu sigilo telefônico não obedeceu a critérios legais. "Podem grampear à vontade, não vão encontrar nada. Isso não vai me intimidar", afirma. O senador acrescenta que mantinha conversas frequentes com Cachoeira porque o empresário se casou com a ex-mulher de seu suplente e porque as esposas dos dois são amigas.

23 de março de 2012
- Gravações da PF mostram Demóstenes pedindo R$ 3 mil emprestados ao bicheiro para pagar um táxi-aéreo. O jornal O Globo também aponta indícios de que o senador vazava informações sobre reuniões no Congresso para Cachoeira.

- A Procuradoria Geral da República informa que analisa o elo de parlamentares com o bicheiro desde 2009, mas que a investigação ficou parada e acabou retomada após o recebimento do material referente à Operação Monte Carlo.

27 de março de 2012
- Demóstenes Torres  pede afastamento da liderança do DEM no Senado. Em carta ao presidente do partido, Demóstenes justifica o afastamento para que "possa acompanhar a evolução dos fatos noticiados nos últimos dias".

28 de março de 2012
- O Psol pede abertura de processo no Conselho de Ética do Senado contra Demóstenes Torres por quebra de decoro parlamentar.

29 de março de 2012
- Após pedido do procurador-geral, o ministro do STF Ricardo Lewandowski decide abrir inquérito para investigar Demóstenes e determina a quebra do sigilo bancário do senador pelo período de dois anos.

31 de março de 2012
- Novas gravações apontam que Demóstenes atuou em órgãos públicos como Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para tentar beneficiar Cachoeira.

- A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) pede a renúncia do senador após as denúncias de tráfico de influência. A defesa de Demóstenes afirma que ele não pensa em renunciar.

- O deputado federal Stepan Nercessian (PPS-RJ) (foto) admite que recebeu R$ 175 mil em 2011 de Carlinhos Cachoeira. De acordo com o deputado, o valor referia-se a um empréstimo para compra de um apartamento. Nercessian pede licença de seu partido e dos cargos em comissões na Câmara.

1 de abril de 2012
- O jornal O Estado de S. Paulo publica que o deputado Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO), aliado do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), recebeu R$ 100 mil de Cachoeira, além de ser sócio dele em um terreno avaliado em R$ 800 mil em um condomínio de luxo em Goiânia. Assim como o senador Demóstenes Torres, o tucano usava um telefone da marca Nextel, cedido por Cachoeira e habilitado nos Estados Unidos, para dificultar grampos nas comunicações do grupo.

2 de abril de 2012
- O presidente do DEM, senador Agripino Maia (RN), anuncia a abertura de processo disciplinar que pode levar à expulsão de Demóstenes do partido.

3 de abril de 2012
- Demóstenes pede desligamento do DEM.

6 de abril de 2012
- Em conversas telefônicas gravadas com autorização judicial, de abril de 2011, Carlinhos Cachoeira orienta Demóstenes a trocar o DEM pelo PMDB, para aderir à base de apoio ao governo e se aproximar da presidente Dilma Rousseff (PT).

7 de abril de 2012
- A Delta Construções informa que, em 8 de março de 2012, o Conselho de Administração afastou dos quadros da empresa o engenheiro Cláudio Abreu e instalou uma auditoria, ainda em curso, no escritório regional Centro-Oeste da empresa, sediado em Goiânia. Segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo, a PF levantou suspeitas de que a empreiteira, maior recebedora de recursos do governo federal nos últimos três anos, fez parte do esquema montado por Cachoeira.

10 de abril de 2012
- O presidente interino do Conselho de Ética do Senado, Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), abre processo contra Demóstenes.

- Cláudio Monteiro, chefe de gabinete do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), pede demissão depois que gravações da Polícia Federal mostraram integrantes da organização de Cachoeira conversando sobre pagamento de propina e concessão de um telefone especial a ele. Em um dos diálogos interceptados pela investigação, o grupo promete dinheiro também para Marcelo Lopes, ex-assessor especial da Casa Militar do DF.

11 de abril de 2012
- Citado como o "01" de Brasília pela organização de Cachoeira, o governador Agnelo Queiroz pediu, segundo indica o inquérito da Operação Monte Carlo, uma reunião com o contraventor. O esquema, até ser desmontado pela PF, se articulava para operar negócios milionários no governo do Distrito Federal. A aproximação do governador com o bicheiro, para a investigação, tinha como pano de fundo pagamentos do GDF a empresas do esquema, notadamente a Delta Construções, e nomeações de representantes da quadrilha em cargos-chave da administração do DF.

12 de abril de 2012
- Um dia após dizer que nunca havia estado com Carlinhos Cachoeira, o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, informou ter se encontrado com ele em "2009 ou 2010". Agnelo foi diretor da Anvisa entre 2007 e 2010.

- Após 22 dias de ausência, Demóstenes Torres  reaparece no Senado e fala durante reunião do Conselho de Ética. O senador se diz inocente e promete apresentar provas em sua defesa.

16 de abril de 2012
- Gravações feitas pela Polícia Federal mostram o ex-vereador Wladimir Garcez (PSDB), apontado como braço direito de Cachoeira, falando de uma lista de pessoas indicadas por Carlinhos Cachoeira para cargos no governo de Goiás.

17 de abril de 2012
- Líderes partidários apresentam requerimento para a criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira.

- Novas gravações mostram o governador de Goiás, Marconi Perillo, solicitando encontro com Cachoeira.

18 de abril de 2012
- Em nova gravação, Demóstenes aparece intermediando um projeto de R$ 8 milhões em Anápolis (GO) em favor da Delta Construções.

- Cachoeira é transferido de Mossoró para o presídio da Papuda, em Brasília.

- Demóstenes  reaparece no Senado. Fica cerca de 10 minutos no plenário e sai sem falar com a imprensa.

19 de abril de 2012
- A CPMI para investigar as relações de Cachoeira com autoridades e empresas é criada. O requerimento que pede a criação da comissão é lido em sessão conjunta do Congresso.

- Demóstenes Torres reaparece no Senado e, com aparente tranquilidade, diz que o Congresso tem razão em apurar os fatos.

- O dono da empreiteira Delta, Fernando Cavendish, nega, em entrevista à colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo, que Demóstenes seja sócio oculto da empresa. "Nunca vi o Demóstenes", diz.

- O Conselho de Ética aprova requerimentos para pedir ao STF e à PGR informações sobre o envolvimento de Demóstenes e Cachoeira.

20 de abril de 2012
- O senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) aceita convite de seu partido para presidir a CPI mista do Cachoeira.

- O ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antonio Pagot, diz que o deputado Valdemar da Costa Neto (PR-SP) atuava como "um verdadeiro agente da Delta" junto ao órgão. Pagot já havia afirmado que perdera seu cargo no Dnit por contrariar interesses da empreiteira e de Cachoeira.

25 de abril de 2012
- O ex-diretor da Delta no Centro-Oeste Claudio Abreu é preso em uma operação de desdobramento da Monte Carlo. Ele é apontado como braço direito de Cachoeira. O vereador de Anápolis (GO) Wesley Silva (PMDB) também é preso suspeito de envolvimento com o grupo do contraventor.

- O dono da Delta, Fernando Cavendish, e o diretor Carlos Pacheco se afastam do comando da empreiteira, que anuncia auditoria interna.

- A CPI do Cachoeira é instalada. O primeiro requerimento aprovado é o que pede ao Supremo Tribunal Federal (STF) documentos das operações da Polícia Federal.

26 de abril de 2012
- Parte de um relatório da Polícia Federal divulgado pelo jornal Folha de S.Paulo aponta que Cachoeira mandou entregar R$ 20 mil "embrulhados em jornal" para o deputado federal Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO).

27 de abril de 2012
- Conversas gravadas pela Polícia Federal apontam que o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) recebeu R$ 3,1 milhões de Cachoeira.

- O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski autoriza que a CPI tenha acesso à cópia integral dos autos da investigação das relações entre o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) com Cachoeira.

28 de abril de 2012
- Parte do inquérito que tramita em segredo de Justiça é publicado pelo site Brasil 247. O Supremo Tribunal Federal (STF) decide que acionará a Polícia Federal e o Ministério Público Federal para descobrir como ocorreu o vazamento, um dia depois de o ministro Ricardo Lewandowski autorizar o acesso da CPI aos documentos em um local de acesso restrito.

- O jornal Folha de S.Paulo publica que o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) informava com antecedência Cachoeira sobre operações contra o grupo do bicheiro.

- A Folha divulga também que Cachoeira orientou um de seus operadores a entregar dinheiro a um assessor do governador Marconi Perillo (PSDB).

29 de abril de 2012
- Conversas gravadas pela Polícia Federal apontam que o jogador de futebol e ex-vereador Túlio Maravilha  manteve relações com Cachoeira até renunciar mandato na Câmara Municipal de Goiânia (GO), em 2011.

30 de abril de 2012
- O jornal O Globo publica que o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) pediu a ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) a anulação de um processo contra o presidente da Câmara de Vereadores de Anápolis, Amilton Batista Faria (PTB), aliado de Cachoeira.

- Gravações da Polícia Federal indicam que Cachoeira influenciava reportagens da revista Veja.

1 de maio de 2012
- O jornal Folha de S.Paulo publica que Cachoeira negociou a compra do controle de um partido político. Em uma sequência de diálogos registrados pela Polícia Federal, o contraventor cita o PRP e o PRTB. Em outra conversa, ele fala sobre valores para a compra de uma sigla não identificada: o valor teria subido de R$ 200 mil para R$ 300 mil.

2 de maio de 2012
- A CPI define a data de 15 de maio para o depoimento de Cachoeira e aprova a quebra dos sigilos bancário, telefônico e fiscal do bicheiro.

- A CPI recebe o inquérito que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) e define um esquema de segurança para o acesso aos documentos, dispostos em uma sala-cofre. Para entrar na sala, os deputados e senadores assinam termo de confidencialidade para evitar o vazamento dos dados.

5 de maio de 2012
- Gravações divulgadas pelo Jornal Nacional mostram como o grupo de Cachoeira teria agido para derrubar o então ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, em julho do ano passado.

7 de maio de 2012
- O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, diz que pedirá abertura de inquérito no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para investigar os governadores de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT).

8 de maio de 2012
- O Conselho de Ética do Senado aprova, por unanimidade, instaurar processo disciplinar contra Demóstenes Torres (sem partido-GO) pelo envolvimento com Cachoeira.

- A CPI decide convocar a subprocuradora-geral da República, Cláudia Sampaio Marques, para depor.

- Gravações da Polícia Federal mostram que a Delta usou dos serviços do grupo de Cachoeira para monitorar um processo no Tribunal de Contas da União (TCU) de superfaturamento na construção da nova sede do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), uma das mais importantes obras da empresa no Rio de Janeiro.

9 de maio de 2012
- O jornal O Estado de S.Paulo publica que o grupo de Cachoeira atuou dentro da Controladoria-Geral da União (CGU) para prejudicar um concorrente da Delta.

- O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, rebate críticas sobre sua suposta omissão ao não determinar em 2009 a investigação das relações entre Cachoeira e parlamentares.

10 de maio de 2012
- O delegado Raul Alexandre Souza afirma em depoimento à CPI que Cachoeira mandou sequestrar e grampear integrantes de seu grupo para punir supostas traições.

11 de maio de 2012
- O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) denuncia à Justiça Cachoeira e mais sete acusados de formação de quadrilha e tráfico de influência. Entre os denunciados, estão o ex-diretor da Delta, Cláudio Abreu, e o diretor Heraldo Puccini Neto.


12 de maio de 2012
- A Justiça do Distrito Federal decreta a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Cachoeira, da Delta e dos outros sete denunciados pelo Ministério Público.

13 de maio de 2012
- O jornal Correio Braziliense publica que interceptações da Polícia Federal mostram que Cachoeira tentou articular alguém na presidência do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran).

14 de maio de 2012
- O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), concede habeas-corpus que suspende o depoimento de Cachoeira na CPI, marcado para o dia seguinte.

15 de maio de 2012
- Os membros da CPI autorizam que a defesa dos acusados nas operações da Polícia Federal tenha acesso a documentos em poder da comissão. O grupo aprova o dia 22 de maio como nova data para o depoimento de Cachoeira.

- A CPI também aprova um pedido para que o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, explique, por escrito, procedimentos adotados pela Procuradoria quando tomou conhecimento das operações da Polícia Federal.

- Os delegados da Polícia Federal Matheus Mella e Raul Alexandre Marques afirmam que as operações Vegas e Monte Carlo registram juntas 416 ligações entre o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) e Cachoeira

17 de maio de 2012
- A CPI  aprova as quebras de sigilo bancário, fiscal e telefônico do ex-diretor da Delta Cláudio Abreu e dos principais auxiliares de Cachoeira, e a convocação de 51 pessoas para depor.

18 de maio de 2012
- Os advogados de Cachoeira pedem novo adiamento do depoimento na CPI no Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo Marcio Thomaz Bastos (foto), não há tempo para analisar todos os dados, liberados dois dias antes.

21 de maio de 2012
- O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), nega habeas-corpus para evitar o depoimento de Cachoeira na CPI, marcado para o dia seguinte.

22 de maio de 2012
- O silêncio do bicheiro Carlinhos Cachoeira levou ao fim prematuro da sessão de depoimento da CPI mista do Congresso que deveria ouvi-lo, após 2 horas e 30 minutos.

- O Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJ-DF) determinou a quebra do sigilo bancário das contas da construtora Delta nacional.

- A maioria dos ministros da 5ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou o pedido de habeas-corpus impetrado pela defesa do bicheiro Carlinhos Cachoeira.

24 de maio de 2012
- O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do Cachoeira a divulgar dados sigilosos sobre as investigações. No entanto, as interceptações telefônicas feitas pela Polícia Federal continuam em segredo de Justiça.

- Convocados a depor na CPI do Cachoeira, o ex-vereador Wladimir Garcez, o ex-sargento da Aeronáutica Idalberto Matias de Araújo, o Dadá, e o sargento da Polícia Militar Jairo Martins de Souza ficaram calados diante da comissão. Assim, eles seguiram o exemplo do próprio Carlinhos Cachoeira, que evocou o direito constitucional de permanecer em silêncio.

- O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou que já apresentou à CPI do Cachoeira todas as informações que pode fornecer sem infringir as restrições legais a que estão sujeitos os integrantes do Ministério Público. Ele foi acusado de retardar o processo contra o grupo do bicheiro.

27 de maio de 2012
- Reportagem da revista Veja afirmou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva procurou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, para tentar adiar o julgamento do mensalão.

28 de maio de 2012
- O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou, por meio de nota, ter pressionado o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes para adiar o julgamento do mensalão em troca de proteção contra eventuais investigações na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do Cachoeira. "Meu sentimento é de indignação", afirmou o líder petista.

1 de junho de 2012
- A holding JeF, controladora do frigorífico JBS, desistiu de comprar a construtora Delta, que está no epicentro de denúncias envolvendo o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

5 de junho de 2012
- O pedido da Delta Construções para suspender a quebra de seus sigilos bancário, fiscal e telefônico em âmbito nacional e por período acima de dez anos foi negado pela ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber.

- Suspeito de ter sido laranja na compra de uma casa de luxo de propriedade do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), o empresário Walter Paulo Santiago  afirmou ser o verdadeiro comprador da mansão.

12 de junho de 2012
- Em depoimento de mais de oito horas à CPI do Cachoeira, o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), nega ter mantido relações "de proximidade" com o bicheiro e diz que falou com ele por telefone em apenas uma ocasião, para parabenizá-lo por seu aniversário. Alegando ser vítima de injustiça, o tucano afirma que a venda da sua casa, por R$ 1,4 milhão, foi feita "rigorosamente dentro da lei". Ele diz que o comprador, o ex-vereador Wladimir Garcez, afirmou que não teria dinheiro para quitar o negócio e entregou três cheques a Perillo em nome da empresa Excitant Confecções Ltda. - que pertenceria a uma cunhada de Cachoeira. A empresa, por sua vez, teria recebido dinheiro da Alberto Pantoja, uma firma fantasma supostamente criada pelo esquema do bicheiro. O governador diz, ainda, que não via motivos para a quebra de seus sigilos.

- A Controladoria-Geral da União (CGU) declara a empreiteira Delta empresa inidônea para contratar com a Administração Pública. Na prática, a empresa fica proibida de participar de novos processos licitatórios.

13 de junho de 2012
- O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), fala por mais de 10 horas à CPI do Cachoeira. No depoimento, ele diz que esteve com o bicheiro uma única vez.

- A Procuradoria Geral da República anuncia que pediu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) abertura de dois inquéritos contra os governadores Agnelo Queiroz e Marconi Perillo.

14 de junho de 2012
- Por unanimidade, a CPI do Cachoeira aprova a quebra dos sigilos telefônico, bancário e fiscal do governadores Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal, e Marconi Perillo (PSDB), de Goiás.

15 de junho de 2012
- O desembargador Tourinho Neto, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), concede liberdade a Cachoeira.

- O senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) entrega ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado as alegações finais de sua defesa no processo disciplinar que responde por suas relações com Cachoeira.

18 de junho de 2012
- A Terceira Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) mantém a legalidade das provas produzidas pela Polícia Federal contra Carlinhos Cachoeira (foto). A decisão permite a continuidade do processo que investiga o esquema de jogo ilegal comandando pelo contraventor.

- A Justiça do Rio de Janeiro aceita pedido de recuperação judicial feito pela construtora Delta.

19 de junho de 2012
- O juiz federal Paulo Augusto Moreira Lima, responsável pelo processo da Operação Monte Carlo, pede afastamento do caso e relata ter sofrido ameaças de morte.

- Com a saída de Moreira Lima, o juiz Leão Aparecido Alves assumiria a ação, mas ele recusou julgar o caso, após a informação de que é amigo da família de um dos réus, José Olímpio Queiroga Neto, acusado de comandar a exploração de jogos ilegais no entorno do Distrito Federal.

- A Justiça Federal nomeia o titular da 5ª Vara Federal Criminal de Goiás, Alderico Rocha Santos, para assumir o processo contra o esquema de Cachoeira.

- Dados enviados pelo Ministério da Justiça à CPI mostram que o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) e sua mulher, Flávia, viajaram pelo menos duas vezes para os Estados Unidos ao lado de Cachoeira. O advogado do senador confirma as viagens.

20 de junho de 2012
- Um dia após assumir o processo de Cachoeira (foto), o juiz Alderico Rocha Santos marca para 24 e 25 de julho o depoimento do bicheiro e de outros sete réus no processo. O magistrado diz que vai acelerar a tramitação da ação e que deve finalizar a primeira parte do caso até julho

21 de junho de 2012
- A 2ª Turma Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal nega habeas-corpus e mantém o mandado de prisão contra Carlinhos Cachoeira  expedido na Operação Saint Michel. A defesa diz que recorrerá ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).

- O ministro Gilson Dipp, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), cassa a liminar do desembargador Tourinho Neto que concedeu liberdade a Cachoeira no processo sobre a Operação Monte Carlo.

Hoje (26 de junho de 2012)


- Cassação de Demóstenes Torres, por unanimidade, os 15 integrantes do Conselho de Ética do Senado.

Informações do Portal Terra. 


Durante vários dias a água dessa "Cahoeira maldita" desceu, sem que eu postasse sequer uma linha sobre assunto fétido. Quando a gente vê a cara desse Carlinhos Cachoeira ou desse senador safado aí dá a sensação de ânsia de vômito. A própria expressão deles é de desdém, de descaso com a opinião da população. A sociedade cada dia fica mais indignada com esses escândalos, mensalões, CPI's, porque é tudo muito nojento.

Até quando vamos estar sujeitos a essas verdadeiras quadrilhas? 


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