quinta-feira, 10 de junho de 2010

Para todos nós refletirmos: As pessoas ideais para Aristóteles e Nietzsche Qual seria um modelo ideal de pessoa?



A humanidade ao longo de toda a sua história tem projetado sociedades ideais, lugares ideais, sempre na busca da FELICIDADE TOTAL. As grandes utopias são uma prova disso: A Cidade do Sol, Nova Atlântida, O Eldorado, Shangri-la, Maracangalha, Pasárgada... A bíblia criou 10 mandamentos, a Declaração Universal dos Direitos Humanos cria direitos fundamentais, que se seguidos, buscam a melhoria do mundo para os seres humanos. Sobretudo o mundo social, relação de pessoas entre pessoas e pessoas e o Estado. MAS UMA PERGUNTA SE FAZ NECESSÁRIA: é possível haver um mundo ideal, sem antes as pessoas serem pessoas ideais?

Então, encontraremos a descrição das pessoas perfeitas na filosofia. Fiquemos entre dois grande filósofos, Aristóteles e Nietzsche, que esculpiram, através das palavras, o q1ue julgavam pessoais ideais.

Comecemos por Aristóteles, nascido na Grécia, há cerca de 2.400 anos atrás. Assim ele imaginava a pessoa perfeita:

Ele não se expõe desnecessariamente ao perigo, uma vez que são poucas as coisas com que se preocupa o suficiente; mais está disposto, nas grandes crises, a dar até a vida sabendo que em certas condições não vale a pena viver. Está disposto a servir aos homens, embora se envergonhe quando o servem. Fazer um favor é sinal de superioridade; receber um favor é sinal de subordinação... Ele não toma parte em manifestações publicas (...) É franco quando a suas antipatias e preferências, fala e age com franqueza, devido a seu desprezo por homens e coisas (...) Nunca se deixa tomar de admiração, já que a seus olhos nada é excelente. Não consegue viver com complacência para com terceiros, a menos que se trate de um amigo; a complacência é a característica de em escravo. (...) Nunca tem maldade e sempre esquece e passa por cima das injustiças. (...) Não gosta de falar. (...) Não lhe preocupa o fato de que deve ser elogiado ou que outros devam ser censurados. Não fala mal dos outros, mesmo de seus inimigos, a menos que seja com eles mesmos. Seus modos são serenos, sua voz é grave, sua fala e comedida; não costuma ser apressado, pois não acha nada muito importante. Uma voz estridente e passos apressados são adquiridos pelo homem através das preocupações. (...) Ele suporta os acidentes da vida com dignidade e graça, tirando o máximo proveito de suas circunstâncias, como um habilidoso general conduz suas limitadas forças com toda a estratégia da guerra. (...) Ele é o melhor amigo de si mesmo e se delicia com a privacidade, ao passo que o homem sem virtude ou capacidade alguma é o pior inimigo de si mesmo e tem medo da solidão.

Já se vê, pelas estatísticas e violência nos acidentes de trânsito que o homem moderno decepcionaria Aristóteles e a decepção se aprofundaria com a constatação de que se preocupa em demasia com o consumismo vazio, que abre mãe de lutar por direito básicos, mesmo sua vida sendo uma desgraça, que o individualismo nunca foi tão extremo e franqueza não é seu forte, ainda mais na política. Admira-se com qualquer ilusão, as meninas gritam perante os ídolos que nada dizem e não passam, em sua maioria, de embalagens vazias. A maldade é a regra, o carro tenta atropelar o carro, o carro é quase atropelado pelo ônibus, que se não se cuidar será levado pelo trem. Fala demais e aparecer na TV parece tão necessário, que muitos para aparecerem se expõe ao ridículo. As revistas que mais vendem, os jornais com maior audiência, são os que só mostram o mal ou só falam mal das pessoas. Quem anuncia seus produtos sabem disso. Não aprende com os erros dos outros, nem com os próprios erros, pois costuma votar nos mesmos candidatos ou mesmo partido. Na verdade o homem moderno, quase uma negação do homem ideal de Aristóteles, é o pior inimigo de si mesmo e, ainda por cima, o pior inimigo dos outros. Ainda bem que Aristóteles não viveu muito para decepcionar-se, mas viveu o suficiente para apontar caminho para humanidade.

Já Nietzsche, Filósofo Alemão, nascido há quase 200 anos atrás, também construiu o seu projeto de ser humano ideal:

Um homem bem logrado faz bem a nossos sentidos: é talhado de uma madeira que é dura, delicada e bem cheirosa ao mesmo tempo. Só encontra sabor naquilo que lhe é compatível; seu agrado, seu prazer cessa, onde a medida do compatível é ultrapassada. Adivinha meios de cura contra danos, utiliza acasos ruins em sua vantagem; o que não o derruba, torna-o mais forte. Ele faz instintivamente, de tudo aquilo que vê, ouve, vive, uma soma: ele é um princípio seletivo, muito ele deixa de lado. Está sempre em sua companhia, quer esteja com livros, homens ou paisagens: honra ao escolher, ao abandonar, ao confiar.

Reage a todos os estímulos lentamente, com aquela lentidão que uma longa cautela e um orgulho proposital aprimoraram nele – examina o estímulo que se aproxima dele, está longe de ir ao seu encontro. Não acredita nem em ‘felicidade’ nem em ‘culpa’: fica quite consigo, com outros, sabe esquecer – é forte o bastante para que tudo tenha de lhe sair da melhor maneira...

Percebe-se que nos tempos atuais esse ser humano ainda por surgir, a exemplo da descrição de Aristóteles. Certo é que sempre houve exceções, mas numa sociedade ideal, numa humanidade ideal, no mínimo o ser humano teria que ter as características acima desenhadas por Nietzsche e Aristóteles.

O homem moderno é talhado no virtual, em nada encontra prazer ou satisfação, vive correndo atrás do anda, reclama da falta de tempo e quando tem tempo não sabe o que fazer com ele. Mais erótico que praticante de sexo, fala direto em liberdade, mas não saber o que fazer quando a tem e sempre que pode limite a liberdade alheia. Em sua maioria, por não poder ser superior, tende a puxar os outros para baixo no nível em que se encontra, pensa: “ se não posso ser o maior, nivelarei por baixo, puxando pela perna...” Em sua grande maioria selecionado pela grande mídia para ser mais um na boiada, não sabe escolher, costuma abandonar até os próprios dependentes e não merece muita confiança. A felicidade para o homem moderno é aquilo que a mídia impõe, tem fé e é fanático por esse novo deus midiático. É fraco o bastante para não saber o que é votar e que de sua conduta depende tudo para materializar seu sonho, quanto o que deve ser prestado pelo Estado, quanto o que espera da sociedade, quanto ao seu nível de conhecimento. Tem sido fraco o bastante para sair à maneira que os modismos impõem. Na verdade um ser falso até quando consegue ser inteiro virtualmente.

A CONCLUSÃO É QUE AINDA ESTAMOS LONGE DOS SERES IDEAIS FORMULADOS PELOS DOIS GRANDES FILÓSOFOS. Com a palavra cada leitor e todo aquele que é parte do sistema educacional vigente. E assim, o que pode ser realidade, continua no campo da utopia.

Texto de Valdevy Alves

Fonte: http://www.valdecyalves.blogspot.com/

Um comentário:

  1. Bele explanação.
    o modelo ideal de pessoa é simples.
    é aquela que vc ama sem prcisar de motivos para isso. ama e pronto.

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