segunda-feira, 12 de novembro de 2012

O conterrâneo Ronaldo Correia de Brito lança mais um livro


Ronaldo Correia de Brito acaba de lançar um novo romance, intitulado "Estive lá fora". Depois do premiado A Galiléia, que foi inspirado no sertão dos Inhamuns, Ronaldo nos presenteia com mais uma grande obra. O novo livro foi lançado no Recife, em outubro passado, e recentemente, foi lançado na Bienal Internacional do Livro em Fortaleza, no último dia 10. 

Estive lá fora foi publicado pela Editora Alfaguara.e tem 295 páginas. São três os núcleos do livro: a experiência de um estudante de medicina; a repressão e a evocação do Recife.

Fatos históricos relacionados com a ditadura militar serviram de plano de fundo para o romance, como narra o próprio autor para o site do Estadão:

"No Recife, marcado pelas revoluções de 1817 e 1824, com um saldo de mortos e banidos que a história oficial não costuma referir, as pessoas pareciam habituadas à luta. Já no primeiro dia após o 31 de março, estudantes de Engenharia marcharam até o Palácio das Princesas e foram recebidos a bala, morrendo dois jovens no embate. Em 1969, ano em que cheguei à cidade, as forças de repressão haviam assassinado o padre Henrique, de apenas 28 anos, um sociólogo que trabalhava com o arcebispo dom Helder Câmara. O enterro tornou-se um dos mais emocionantes atos públicos contra a ditadura, acompanhado por 20 mil pessoas no percurso de dez quilômetros do bairro do Espinheiro ao cemitério da Várzea, com várias paradas por conta de ações da polícia e prisões de manifestantes. Outra história que me marcou profundamente foi o atentado a bala contra um estudante de Engenharia, Cândido Pinto, que o deixou paraplégico e levou-o à morte em consequência de repetidas infecções, anos depois. A luta desse jovem revolucionário me impressionou por seus lances trágicos e sempre desejei narrá-la. Porém não sou um historiador nem possuo o menor talento para a biografia. Trabalho com memória inventada e mesmo essa necessita de uma centelha que a desencadeie. O encontro com Cândido Pinto só aconteceria em 1981, quando me mudei com a esposa e um filho para o bairro da Iputinga. Meu vizinho, o engenheiro Claudio Pinto, era irmão de Cândido. Sobre um móvel da sala de sua casa, avistei um retrato de família: pai, mãe, irmãos e irmãs do rapazinho magro, de sorriso alegre, recostado bem à vontade num muro de jardim. Guardei essa imagem durante anos. Um velho processo de aprendizagem da escrita, que consistia em descrever quadros reproduzidos nas páginas dos livros, nunca perdeu seu fascínio sobre mim. Eu já tinha o começo do romance: uma foto de família e um enredo para o personagem Geraldo."

Como vemos, esses foram os fatos que inspiraram o premiado ficcionista a produzir outra obra-prima.

Leia a matéria completa onde Ronaldo fala sobre o livro. Clique AQUI

A obra:

Cirilo, protagonista de Estive Lá Fora, busca uma solução literária para o triângulo amoroso que vive com Paula e seu amigo Leonardo. O estudante de medicina, que no fundo deseja ser escritor, decide confrontar o rival, recordando A Intrusa, conto de Borges. Nele, dois irmãos se envolvem num explosivo triângulo amoroso, que somente se resolve através do sacrifício da mulher que os ameaçava dividir.

João Cezar de Castro Rocha, professor de literatura de UERJ, comenta sobre Estive lá fora para o Estadão. Veja um trecho do que disse:

"O romance, portanto, articula três níveis narrativos: a experiência de Cirilo como estudante de medicina; o clima de repressão política dos anos de chumbo; a cidade do Recife e suas formas de convívio. Talvez seja mais exato dizer que o romance é estruturado a partir de três núcleos. A trajetória do personagem Cirilo favorece o cruzamento dos níveis. De um lado, seu irmão, Geraldo, é um militante de esquerda que termina assassinado por agentes da repressão. De outro, Cirilo palmilha o Recife de alto a baixo, convivendo com estudantes pobres como ele, pescadores que moram em palafitas, trabalhadores que estudam à noite, jovens mulheres de classe média. Uma espécie de Julien Sorel da Veneza americana, os passos de Cirilo costuram os planos da narrativa. Assim, a trama é envolvente e a estrutura da narrativa muito bem pensada. Contudo, Estive Lá Fora é um romance que mereceria ser mais trabalhado pelo autor, pois não chega a plasmar uma linguagem à altura da ambição do projeto.". Veja a matéria na íntegra. Clique AQUI

Parabéns do Blog:

O Blog Saboeiro Existe parabeniza o escritor saboeirense pela produção de mais grandiosa obra. Tive o prazer de conhecer Ronaldo no carnaval do ano passado, quando o mesmo me fez uma inesperada visita na minha residência e só aumentou minha admiração por este talento tão especial, cujar raízes do sertão nunca o abandonou, conservando-lhe a simplicidade e a humildade. Parabéns, querido Ronaldo! Muito sucesso!

Com informações e trechos transcritos do Site www.estadao.com.br

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