terça-feira, 16 de abril de 2013

Trocando me miúdos: Seminário sobre a Seca- Bloco 2- Fala de Antonio Amorim

BLOCO 2

Fala do Secretário Adjunto de Desenvolvimento Agrário, Antonio Amorim



Antonio Amorim, cumprimentou a todos, enaltecendo a assiduidade do prefeito Marcondes Ferraz nas reuniões da comissão criada pelo Governo do Estado, que se reúne semanalmente para discutir estratégias de convivência e busca de soluções para os problemas relacionados à seca em todo o Estado. Amorim também anunciou uma visita na parte da tarde a algumas áreas rurais do município, cumprimentando de modo especial o vice-prefeito e elogiando a iniciativa do evento. Em seguida, foram feitos elogios também ao Gerente do BNB, Rivonio, a quem Amorim definiu como profundo conhecedor de toda a convivência com associações e um dos grandes apostadores do sucesso dos programas associativos, relatando que Rivonio, que atualmente está gerenciando a unidade do BNB em Iguatu, tem uma compreensão extraordinária das funções da instituição e dos benefícios que o BNB pode levar ao pequeno produtor, referindo-se também à gerente do PRONAF, Aíla, outro braço dos produtores dentro do BNB, assegurando que o PRONAF é hoje um dos maiores recursos que dispõe o agricultor. Saudando o presidente do STR, René Ferreira, Amorim fez questão de lembrar que na reunião realizada recentemente da Presidente Dilma junto ao Comitê da Sudene, e Fortaleza, a chefe do executivo nacional dirigiu-se de modo especial aos sindicalistas, a quem falou por cerca de 1h e 38min, apontando o STR como o mais legítimo representante dos trabalhadores rurais. O subsecretário relembrou em sua fala, a primeira reunião que teve com o Governador Cid Gomes, junto com o ex-secretário Camilo Santana, quando assumiu suas funções de secretário adjunto, onde o governador indicou três requisitos básicos para o trabalho que desenvolveriam: 1)transparência em todos os trabalhos; 2)que trabalhassem com tosos os seguimentos da sociedade; 3)que trabalhassem com eficácia para atender as reivindicações dos agricultores. Antonio Amorim informou que uma das ações que a SDA está desenvolvendo juntamente com o Ministério da Integração nacional é a distribuição dos kits de irrigação, e anunciou que para o projeto dar certo é preciso: 1) vontade das pessoas da localidade; 2) Acreditar na irrigação; 3)Saber usar bem a água, o solo e os investimentos, porque a cultura dos nossos povos até agora, é de que se planta e Deus agoa, mas com a irrigação a conduta é plantar e usar a água que Deus deu para o próprio agricultor agoar, ou seja, vai exigir mais trabalho, mais dedicação. O relator apelou ainda para a necessidade do produtor entender a capacidade que o solo e a água oferecem, pois é esse conhecimento que lhe permitirá entender as variações da intensidade da irrigação: onde precisa irrigar com mais ou menos água, portanto o agricultor vai precisar de conhecimento técnico para se tornar um produtor em área irrigada. Por isso, informou que já na visita que faria às áreas beira rio do município, já estaria conversando com os moradores e produtores, buscando traçar o retrato da área e diagnosticar quem de fato vai querer entrar de fato no projeto. Mas, continuou Amorim, o projeto inclui, além da distribuição dos kits de irrigação, o acompanhamento dos técnicos da EMATERCE e o apoio da Secretaria Municipal de Agricultura, que juntamente com a ação importante de outro órgão, a COGERH, que é quem faz o mapeamento das águas de todos os mananciais e determina se determinada área torna viável ou não a irrigação, o produtor vai encontrar o apoio necessário para exercer sua atividade. De acordo com Amorim, até o momento, nas condições climáticas que enfrentamos, na região dos Inhamuns o único açude que tem condições de dar suporte ao trabalho de irrigação é o Arneiroz II, apesar de estar apenas com 37% de sua capacidade. Amorim ainda falou de alternativas de apoio para a irrigação, como a perfuração de poços de aluvião, dando como exemplo o Projeto “Pingo-dágua” do município de Quixeramobim, onde é desenvolvido um projeto de irrigação em rio seco. Nesse momento, o subsecretário lembrou da conquista de 1371 cisternas de polietileno para Saboeiro, que deverão chegar ao município nos próximos dias, uma aquisição através do projeto Água Para Todos, explicando que o projeto não se limita à instalação de cisternas, mas também oferta sistemas de abastecimento d’água. Só no Ceará são 1350 Sistemas de Abastecimento Simplificado, sistemas simples que leva água até as casas, mas não incluem fossas sépticas ou banheiros e são feitos pelo Projeto São José, para comunidades menores. Foi dito que os projetos, sejam das cisternas ou dos abastecimentos simplificado, exigem a formação de comissões, onde estão contidas representações do governo municipal e entidades não governamentais: igrejas, sindicatos, EMATERCE, associações, etc. Amorim relatou que o governo tem se esforçado para promover o maior número possível de sistemas de abastecimento d’água, mas existe um diagnóstico de que no Estado, em 40 % das localidades a instalação é inviável simplesmente porque não tem fonte de água. De acordo com Amorim, nessas comunidades onde não tem fonte de água, o governo vai licitar e perfurar poços profundos, mas alertou para os problemas comuns que surgem, como a facilidade ou dificuldade de se encontrar água no subsolo e os calos de insalubridade por causa do alto teor de sal. O relator chamou atenção para o fato de que nunca o Governo Federal liberou recursos nessa ordem para esse fim, pois 1350 sistemas de abastecimento correspondem a quase todos os sistemas instalados pelo Projeto São José em toda a sua história. Destes, foram liberados para Saboeiro 10 sistemas. Um detalhe importante, observou mais uma vez o subsecretário é que os técnicos que vão fazer o cadastramento das pessoas, o georeferenciamento já farão o dimensionamento do abastecimento e num período curto de apenas dois dias já conseguirão aprontar o projeto executivo, e provavelmente em maio já será feita a licitação de um bloco de aproximadamente 150 a 200 projetos. Amorim afirmou que o Coordenador Técnico desses projetos na SDA se chama Wanderley. Para Amorim, nessa nova face da gestão do Governo Cid, é importante que a população possa dialogar com todas as partes envolvidas da SDA, não só com a pessoa do secretário, por isso é importante saber quem é o coordenador técnico, o gerente da área e quem é o cara que faz a ação na ponta. É Wanderley também que coordena os projetos das cisternas de placa e de polietileno. Amorim lembrou que é importante aproveitar bem todas as fontes de água, e que até mesmo a água que se lava os pratos pode ser útil para se irrigar, por exemplo, um pé-de-mamão no quintal, e que é comum em cidades que estão em colapso moradores desperdiçarem água lavando carros ou calçadas com jato de água. Disse o relator: “Preciso falar que a irrigação por si só não faz milagre, se não tiver os componentes variáveis principais: zelo pela água e pelo solo, e a capacidade de fazer bem.” Uma empresa grande do Ceará, decidiu lá em Nova York que em vez de plantar melão para exportar, vai plantar capim, milho e sorgo, informou Amorim, complementando que até outro dia só se associava irrigação a culturas que eram consideradas nobres, como frutas e flores. Entretanto, entendemos agora que dependendo de como você faz, e da necessidade de mercado, capim também vira cultura nobre, disse Amorim, e citou outro exemplo: agricultores do Vale do Castanhão, antes de receberem o gado referente ao Projeto Mandacaru onde cada um receberá 28 vacas leiteiras por cada 3 hectares, estão cortando o chamado “capim mombaça, e faturando cada um cerca de R$ 3.800 por hectare a cada 28 dias. Com seus três hectares, isso representa um faturamento mensal de R$ 11.400. Ainda exemplificando experiências de sucesso, Amorim falou de agropecuaristas de Tauá, que estão com o gado confinado em um curral, alimentando com uma multimistura especial de engorda, que fez os animais aumentarem cerca de 103 quilos em 30 dias. Daí a necessidade que o criador tem de saber o tempo certo de vender o animal para abate, pois chega um tempo que o animal adquire peso e para de engordar, ou perde peso, aí cria o efeito que ele denominou de “rebanho sanfona”, o que só trará prejuízos ao produtor. Amorim ainda declarou que tudo que dito por ele foi para que os agricultores entendessem que a convivência com a seca não é um milagre do Instituto Frutal, nem do Governo do Estado, nem do Banco do Nordeste, mas de todas as variáveis que a cada um pertence e do que cada um pode fazer, e só funciona se a mentalidade do agricultor se desenvolver, se atualizar com o momento que está vivendo. Amorim enalteceu ainda o fato do Governo Federal estar investindo mais de R$ 20 milhões em máquinas para os municípios cearenses, o que representa cerca de R$ 1,4 milhão por município. “O município que tem uma retroescavadeira não faz milagre, mas faz buraco que dá água, faz açude pequeno ficar grande, e não é qualquer município que pode adquirir esse equipamento com recursos próprios”, assinalou o subsecretário. Além das retros, os municípios receberão motoniveladora, pá mecânica, caminhão pipa e caminhão caçamba, e complementou parabenizando Saboeiro por ser um dos beneficiados com esse equipamento. Por último, o representante do SDA abordou a questão do milho. Afirmou que as medidas que o governo estão tomando pra solucionar o problema do milho foi definida por Cid como “operação de guerra”. A presidente Dilma se comprometeu em entregar o milho agora diretamente nos portos dos Estados, e por sua vez, o Governador do Ceará assumiu o compromisso de distribuir para todos os municípios, inclusive transportando de trem para as áreas que possui linha férrea, o que barateará ainda mais o custo.

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