terça-feira, 16 de abril de 2013

Trocando em miúdos: Debate com a Plenária- Bloco 4

Bloco 4- Início do debate com a plenária: Falas do representante do Programa Água para Todos e de agricultores presentes


Foi iniciado um debate, ouvindo os agricultores presentes, sob a coordenação de Euvaldo Bringel. 

Antes de ouvir os agricultores, Euvaldo passou a palavra a Olímpio Queiroga, que elogiou essa nova forma de trazer as políticas públicas para a participação popular, que é o diferencial da SDA hoje. Olímpio é o responsável pela implantação dos sistemas de abastecimento de água simplificado , e informou que já viveram o primeiro momento, onde numa reunião naquela mesma manhã, na sede Secretaria de agricultura, numa reunião com a EMATERCE, COGERH, representações da Prefeitura Municipal, Agentes de Saúde, representantes de Igrejas e Sindicatos, foi eleita a Comissão que fará a gestão desse programa de abastecimento aqui no município, onde serão instalados 10 sistemas. Olímpio informou que as dez comunidades contempladas com os sistemas já foram selecionadas, e que uma equipe da Ação Social vai até essas comunidades fazer os cadastramentos e realizar um trabalho educativo no sentido de fazer o controle racional desse bem tão preciso que é a água. O outro passo, informou Olímpio, será fazer o redimensionamento com topografia, com georeferenciamento no sentido de dar maior celeridade ao processo, para que a SDA possa em curto espaço de tempo, fazer a licitação para a instalação dos sistemas em Saboeiro. Euvaldo anunciou que os produtores seriam ouvidos e só depois a mesa iria responder aos questionamentos. 

Foi ouvido em seguida, José Vagner, produtor rural e membro da Associação de Trabalhadores Rurais do Distrito Felipe, que falou de um dos grandes impasses para a irrigação, que é a energia. José Vagner já é dono de 80 tarefas irrigadas, cujo sistema não tá em funcionamento pela falta de energia. O produtor também fez um relato emocionado do drama enfrentado com o rebanho, as altas despesas que já atingiram uma situação limite, a queda na produção de leite, a morte de parte do rebanho e o impasse do milho na Conab. Falou ainda da burocracia que é um fator agravante para a demora das soluções, e pediu que as autoridades presentes vestissem a camisa do homem do campo, se não morreriam todos abraçados com seus animais, pois já não sabiam mais o que fazer. José elogiou a objetividade de Euvaldo Bringel, que conduziu todo o evento direcionando toda a temática para o caso específico de Saboeiro, e foi muito aplaudido. 

Em seguida falou o produtor rural e membro do SINTRAF, Francisco Fernandes Batista. Francisco também falou de situações particulares, e reclamou da burocracia na liberação das parcelas de quem fez projeto para construção de caçimbão. “Que emergência é essa que é pra socorrer e não socorre ninguém?”, foi o desabafo de Francisco, que também informou que é dono de duas propriedades, que só tem água em uma delas, e que essa é a única água existente num raio de cinco léguas, e que só é suficiente no máximo até outubro. De acordo com Francisco, além da dificuldade de obter milho e pastagem, por ser a única propriedade com água numa grande área, cerca de 100 jumentos invadiram sua propriedade, dividindo o que ainda existe de pastagem e a água, e ele simplesmente não sabe o que fazer com esses animais, nem tem coragem de bloquear a entrada dos mesmos e deixá-los também morrer de fome e sede. Francisco Batista já perdeu quase metade do seu gado. 

Depois foi a vez do plenário ouvir o proprietário Ferreirinha, do Sítio Baixa Verde. Ferreirinha foi também orador em nome dos que reclamam a falta do milho e a burocracia para conseguir, falou em favor de sua região, e solicitou a perfuração de poços profundos na Aroeira Ferrada e Baixa Verde. Reclamou de um dois açudes grandes que foram embora e até hoje aguardam reparo, um no Sítio Papagaio e outro no Sítio Canadá. Se estes açudes tivessem água, a situação da região estaria menos grave, argumentou o produtor rural, que é hoje um dos pioneiros no cultivo da mamona em Saboeiro. 

Lúcia, da Serrinha, falou em nome das comunidades de difícil acesso, da dificuldade dos carros pipas chegarem até lá, em especial da localidade onde mora, que não tem água. Falou de um poço que foi começado a perfurar e não concluído, que tentou dar andamento a um projeto para a construção de um a pequena barragem, mas só recebeu a primeira parcela. Falou que é humilhante a situação de estar sempre reivindicando solução pra os mesmos problemas, e alertou que na falta de água em áreas muito secas como a Serrinha não é só a criação que sofre, mas também os moradores. 

Outro agricultor a falar foi a senhora Neta, que foi uma das pessoa que foi unto com a caravana de Saboeiro e setembro de 2012 participar da Frutal, a convite de Euvaldo Bringel. Neta falou da experiência, da importância do que presenciou e da esperança de trabalhar com irrigação aqui em Saboeiro. Neta lembrou ainda que em época de seca, os mais humildes sofriam muito com a carestia, exemplificando um quilo de fava estar custando R$ 22,00. Ela solicitou soluções urgentes. 

A dona Francisca Francilene, do Sítio Mucambinho, falou da falta d’água, da dificuldade da luta do dia a dia sem água em casa, tendo que lavar roupa no rio, em Saboeiro, e que muitas vezes o carro pipa não chegava á sua comunidade.

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