BNB suspende linha de crédito para cultivo de camarão

Com a palavra, Ubiratan Teixeira  (Via facebook)

"A seca sempre foi um fenômeno na região do nordeste brasileiro e temos que nos acostumar com isso e criar alternativas para o desenvolvimento dessa região tão carente. Uma das alternativas foi a do manejo na produção do camarão cultivado. Essa atividade sempre recebeu apoio do Banco do Nordeste do Brasil, e agora, infelizmente, de forma intempestiva e injustificada, a Diretoria do BNB, mandou suspender toda e qualquer operação de crédito para a carcinicultura do Nordeste. A medida foi dirigida às agências dessa conceituada instituição sem dar o motivo ou motivos de sua adoção. A Região atravessa uma das piores secas. O gado está morrendo e quando se tenta diversificar atividades produtivas ou conviver com esse fenômeno da seca, o Governo Federal adota uma medida contra um setor estratégico da economia nordestina, o cultivo do camarão, uma atividade primária que já ocupou o 2º lugar da pauta das exportações do setor primário da Região Nordeste e contribuiu com 55% das exportações do setor pesqueiro brasileiro em 2003. 

Mais uma vez, a região do nordeste brasileiro, não é prioridade para o Governo Federal, infelizmente. Essa medida está na contra mão do que pensa a Presidente Dilma Rousseff, ao reconhecer o enorme potencial do Brasil para a produção de pescado, via aquicultura, e lança o Plano Safra das Águas, com recursos superiores aos R$ 4,3 bilhões, para promover a aqüicultura e a pesca em todo o território nacional. Esta medida é divergente do que pensa o Ministro da Pesca, Marcelo Crivella, quando em pronunciamento público, feito em 19 de Novembro passado, em Natal, Rio Grande do Norte, afirmou que a produção de camarão cultivado seria duplicada em dois anos. 

Em recente coleta de dados do setor, (censo setorial) concluído e identificou que 1.544 produtores de camarão, dos quais 92 % estão situados na Região Nordeste, (empregando 70 mil trabalhadores) sendo 74,5% representados por micro e pequenos produtores, 20,3% por médios produtores e, apenas 5,2% por grandes produtores. 

Viva o Camarão Chinês (via Argentina) nas mesas dos ricos, que pensa está consumindo o melhor Camarão Nordestino.

Com a palavra o BNB (PRINCIPAL AGENTE DE DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO NORDESTE)."

Soltando o Verbo:

Lamentável! Parece que estamos andando em círculos aqui no Nordeste. Isso porque a irracionalidade de alguns setores determina que não somos prioridade. Parece até que eles precisam do discurso de que lidamos com a seca, com maiores carências para poderem sustentar-se no poder, para poderem ter uma temática forte pra suas campanhas.  Talvez fosse mesmo imprescindível, como dia a canção, tornar o Nordeste um país independente!!