quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Projeto Pesca Pupa: Exemplo de Canindé no combate ao Mosquito da dengue


A dengue completa 28 anos no Brasil. Considerada erradicada na década de 1950, a doença reapareceu em 1982. Deste então, atingiu milhares de pessoas e causou a morte de mais de 350 mil, por meio de sua variante hemorrágica
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Para as autoridades sanitaristas, o mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus, parece estar cada dia mais forte. Em Canindé, a Secretaria de Saúde desenvolve um projeto inédito no Estado no combate à dengue. É o Projeto Pesca Pupa.

De acordo com a secretária de Saúde de Canindé, Clara Medeiros, diversas ações são desenvolvidas por agentes de endemias do Município, com o apoio da Coordenadoria Regional de Saúde, agentes comunitários de saúde, Núcleo de Mobilização Social, Programa Saúde da Família, Secretarias de Meio Ambiente, Infra-Estrutura, Educação, Agricultura, Igrejas Católica e Evangélicas, emissoras de rádio, alunos de escolas do Município, professores,
coordenadores e associações comunitárias.

"Nós criamos o disque Alô Saúde, com o número (85) 3343.3857, para orientações sobre a dengue e controle do mosquito, casos suspeitos da doença, solicitações para atendimentos em domicílios, telamento de caixas d´água, eliminação de focos, peixamento no controle biológico e, agora, o ´Pesca Pupa´, um projeto pioneiro no Estado do Ceará", frisa a secretária.

Segundo ela, o "Pesca Pupa" tem a participação dos agentes de endemias que descobriram que o pó de larvicida mata a larva do mosquito, mas não mata a pupa. "É feito um trabalho da seguinte maneira: os agentes pescam a pupa e jogam fora da água. A temperatura se encarrega de matá-las, porque elas não resistem por muito tempo fora d´água", explica. "Para que possamos desenvolver esse trabalho, é preciso apoio. O prefeito Cláudio Pessoa colocou toda a infraestrutura das secretarias para o trabalho ser desenvolvido".

O diretor do Núcleo de Endemias do Município, José Vanderlan Teixeira Medeiros, diz que 22.603 domicílios serão visitados em 31 localidades, dando prioridade aos locais onde o índice de infestação do mosquito estiver alto. Ele mostra como se reproduz o mosquito.

"Os ovos são depositados pelas fêmeas na superfície da água, ficando aderidos à parede interna dos recipientes, e daí tem início o período de incubação, que em condições favoráveis dura 2 a 3 dias, quando estarão prontos para eclodir. A resistência à dissecação aumenta conforme os ovos ficam mais velhos, ou seja, a resistência aumenta quanto mais próximos estiverem no final de desenvolvimento embrionário. Eles podem se manter viáveis por 6 a 8 anos meses. A fase dos ovos é a de maior resistência de seu biociclo", alerta Vanderlan.

Já na segunda fase, as larvas são providas de grande mobilidade e têm como função primária o crescimento. Passam a maior parte do tempo alimentando-se de substâncias orgânicas, bactérias, fungos e protozoários existentes na água.

A duração de fase larval, em condições favoráveis de temperatura (25° a 29º C) e de boa oferta de alimentos, é de 5 a 10 dias, podendo se prolongar por algumas semanas em ambiente adequado. "A pupa agora é a nossa grande preocupação. Essa é a última fase aquática do mosquito. Depois desse processo ele está pronto para voar e começar seus ataques fazendo suas vítimas. A pupa não se alimenta, apenas respira e é dotada de boa mobilidade. Não é afetada por ação da larvicida. A duração da fase pupal em condições favoráveis de temperatura é de 2 dias em média", mostra o diretor de endemias da cidade.

"Depois de grandes investidas, descobrimos que a pupa se mantém flutuando na superfície da água, o que facilita a emergência do inseto adulto. Essa fase é dividida em cefalotórax e abdômen. A cabeça e o tórax são unidos, constituindo a porção chamada cefalotórax. A pupa tem um par de tubos respiratórios ou abdômen, que atravessam a água e permitem a respiração, por esta razão nós estamos atacando com muito rigor também a pupa. Os agentes fazem a captura e jogam fora da água, porque fora de seu habitat natural, ela morre", assegura a secretária de Saúde de Canindé.

"Macho e fêmea alimentam-se de néctar e sucos vegetais, sendo que as fêmeas, depois do acasalamento, necessita de sangue para a maturação dos ovos". No último Levantamento feito por Amostragem (LIA), de 2010, o índice era de 2,7%. "Com o nosso trabalho iremos reduzir esses índices, para isso, precisamos contar com o apoio de todos", diz ela.

Combate


"Desenvolvemos diversas ações de controle e combate e agora tem o Pesca Pupa"

Clara Medeiros
Secretária de Saúde de Canindé

"O trabalho é feito nas casas da gente para combater o mosquito e isso é muito bom"

Francisco Correira Lima
Morador do Bairro Palestina, em Canindé

MAIS INFORMAÇÕES

Prefeitura Municipal de Canindé - prefeito Cláudio Pessoa
Telefone: (85) 3343.6937
Alô Saúde: (85) 3343.3857

Fonte: DN

Lembrete:

Uma fêmea do A. aegypti pode dar origem a 1.500 mosquitos durante sua vida. Os ovos são distribuídos por diversos criadouros, estratégia que garante a dispersão e preservação da espécie.

Na imagem, o A. aegypti em fase de pupa. (Imagem do Site da Fiocruz)

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