quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Os Caldeirões de Saboeiro nos versos do conterrâneo Enéas Braga


Para que o leitor possa ter uma idéia dos Caldeirões, transcrevo abaixo, o belíssimo trabalho de Enéas Braga sobre os Caldeirões de Saboeiro.

“O rio Jaguaribe não é somente o maior rio seco do mundo, nem o maior curso d’água do Ceará. É antes de tudo o mais importante para a nossa economia. Foi ele o pórtico aberto à exploração comercial.Da embocadura às cabeceiras ocasionou a fundação de inúmeras fazendas, que mais tarde se transformariam nas cidades de hoje.
Mas o “rio dos jaguares” é assaz curioso e possui belos relevos. Nasce com o nome Carrapateira e deságua no oceano chamando-se Jaguaribe. Tem cachoeiras que cantam no inverno.As barragens não lhe impedem o curso, continua sagrando pela “artéria aberta”.
Porém , em parte alguma de seu curso, existirá paisagem mais bela e mais impressionante do que aquela que fica a 3km de Saboeiro, batizada pelo povo com o nome de Caldeirões.
É que ali existem inúmeros buracos sobre as rochas sedimentares e provenientes da erosão, rochas formadas por outras preexistentes, desde o Arqueano.
No inverno os Caldeirões vivem os seus momentos de maior imponência. O caudaloso rio vem deslizando mansamente e, ao chegar aos caldeirões, ora se precipita no grande aclive de rochas, ora se escoa por uma estreita garganta, ora ganha elevados rochedos enegrecidos, cantando as suas águas barrentas entre flocos de espuma, que flutuam ou se consomem, na voragem dos remansos.
Os peixes se avolumam nos pote que as pedras formam aqui e ali, ou se elevam for das águas violentas e precipitadas.
São muitos os famosos pescadores de Saboeiro: o Manuel Hipólito, o Chico Clemente, o Manuel Estevão, o Zé Hipólito, o Chico Pena, o Manuel Antonio e o Antonio, o Raimundo e Chico Coxinho, o Chico Pão, o Manuel Chumar, o rei dos pescadores que é o Fausto, tantos outros, sem contra os que não existem mais e que fizeram, entretanto a sua história, como o Manuel Hipólito que pescou até a véspera da morte e o Zé Passarinho que morreu pescando.
No meu sertão dos Inhamuns as noites são calmas e claras. A mansidão e o silêncio desaparecem, quando as chuvas caem e os trovões rebentam. O quilômetro de distância ouve-se o ruído das águas, rolando por cima dos rochedos e Lages.
Quando chega o verão o Jaguaribe volta a ser um poço de água fria, profunda e escura. Os Caldeirões se calam e as rochas sedimentares e exóticas brilham aos olhos da gente”.

(Enéas Braga )

Texto extraído do Anuário da Diocese de Iguatu 1973

Desafio:

Escreva você também sobre os Caldeirões, belíssimo ponto turístico de nossa cidade, e publicaremos aqui no blog!

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