domingo, 9 de maio de 2010

A FELICIDADE DE TER DUAS MÃES... MINHA HISTÓRIA

Aos 37 anos de idade, faço uma reflexão de minha vida, e hoje posso perceber o quanto sou abençoada por Deus. Imaginem, Deus, em sua infinita bondade, colocou na vida de cada um de nós uma estrela guia, que nos acompanha a todo instante, até além da vida: A MÃE. Eu, não posso reclamar da vida, porque tenho o privilégio de ter duas estrelas-guias.

Não conheci meu pai biológico, porque Deus o chamou para si quando eu tinha pouco mais que um mês de vida, mas esse homem, a quem amo profundamente sem nem saber como era seu olhar, ou seu sorriso, e de quem dizem que herdei a bondade e a inteligência, em seu leito de morte, transformou a dor em alegria. Edmilson, meu pai, e Zefinha, minha mãe, além de mim, tinham uma outra filhinha, de pouco mais de um ano de idade, minha amada irmã Euza. Como eram paupérrimos, meu pai se preocupara em morrer e deixar minha mãe viuva, sem nada além da vida e das filhas, e, em determinada tarde pediu para uma vizinha ir chamar um determinado casal que morava ali nas proximidades do sítio onde viviam.

Esse casal tinha apenas um filho, já adulto, também adotado. Aquela mulher sonhava com uma casa cheia de filhos, e era triste por não tê-los. Mas, como Deus escreve certo por linhas tortas, e mostra que ser mãe é mais que gerar um filho, é sobretudo a arte de cuidar e amar sem medidas, naquela tarde, aquele casal ouviu da boca de meu pai que os tinha chamado pra me dar um presente. E assim, me tomou nos braços e disse: "Esse é meu presente pra vocês!"

Me emociono ao imaginar o conflito de sentimentos entre aqueles dois casais, imaginando o que cada um sentiu naquele momento. Certamente mesmo com os corações cheios de dor, meus pais biológicos sabiam que aquilo era o melhor pra mim naquele momento. E, o que dizer da alegria de quem recebera tão valioso presente?

Seu Aquilino e Dona Alvenir, meus amados pais adotivos me acolheram no seu coração e na sua alma como sua filha de sangue, e me dispensam um amor incondicional desde aquela tarde de dor e alegria.

Por muito tempo, eu rejeitei a idéia de ser adotada, de não crecer ao lado de minha mãe biológica. Não entendia as razões de alguém ter que abrir mão de um filho. Minha mãe, Alvenir, sempre fez questão que eu soubesse da verdade, e sempre procurou fazer com que minha mãe Zefinha mantivesse contato comigo, viesse à nosssa casa, e eu por tantas vezes corria, me escondia, pra evitar esses contatos.

Então, mais uma vez Deus mostrou sua sabedoria, sua Grandeza, e me fez mãe também. Na tarde de 18 de Outubro de 1990, dei a luz a uma linda menina, minha princesa Géssica. O chorinho dela (a música mais linda que uma mãe escuta por toda a vida), a primeira visão que tive daquele anjinho, foram suficientes para eu perceber meu erro e, abrir meu coração para aquela que tinha me dado a luz, e sentido por mim, o mesmo amor que eu estava sentindo naquele momento por minha filhinha. Naquele momento, eu me senti completa, plena, poderosa e sobretudo compreendi o real significado daquele presente que esse casal maravilhoso recebeu.

Então me dei conta que ter duas mães maravilhosas é privilégio de poucos. Depois recebi de Deus a graça de ser mãe outras duas vezes, o que fortaleceu ainda mais a convicção de que Deus me ama e cuida de mim, e que sempre disponibilizou o melhor para mim.

Hoje, minha mãe biolígica é uma "amigona", amada, querida. Mora numa cidade perto e sempre que possível nos vemos, e são sempre encontros muito calorosos, como o de duas grandes e inseparáveis amigas.

Meu pai, Aquilino, é meu fiel escudeiro. Amo tanto, tanto aquele velhinho, que nem tenho palavras pra expressar a afinidade existente entre nós... Nenhum laço de sangue é mais forte que o amor que nos une.

E o que dizer de minha mãezinha? Ah, querida... Obrigado por todos esses anos de amor e cuidado... Perdoe-me os momentos de rebeldia (e foram tantos...), as noite mal dormidas, as lágrimas que já fiz rolar nesse rosto cansado... Sua força, sua capacidade de trabalhar me ensinaram lições valiosas. Hoje, aos 80 anos, te vejo tão frágil, voltaste a ser um bebê... E como tenho medo de perder-te... Te amo, minha velhinha!

Parabéns, mãe Zefinha...

Parabéns, mãe Alvenir...

Vocês duas são meu presente nesses dia das mães...

Pai Edmilson, obrigado, viu? Minha alma te reconhece. Um dia nos encontraremos num plano superior e poderei lhe dar o abraço que tenho guardado...

Obrigado, Deus!! Obrigado!! Obrigado!!!

2 comentários:

  1. Parabêns! Aécia
    pelo dia das mães. Li sua emocionante história de " duas mães". Eu posso diser que entendo perfeitamente o que são essas maternidades " diferentes". à escolha pela maternidade é mágica e absurdamente linda;e posso te garantir que escolher alguem para filha é tão mágico do que ter duas mães.

    Que Deus te abençoe e te conserve lutadora e linda.

    RoseRJ

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  2. Parabéns Aécia pela bela homenagem que voce fez as suas duas mães. Te admiro muito amiga , quantos filhos e filhas deveriam ter você como exemplo de amor.
    Um abraço grande, como costumo dizer do tamanho de São Paulo

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