segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Governo gasta muito mais com um detento do que com um aluno brasileiro

Enquanto o país investe mais de R$ 40 mil por ano em cada preso em um presídio federal, gasta uma média de R$ 15 mil anualmente com cada aluno do ensino superior — cerca de um terço do valor gasto com os detentos.

Já na comparação entre detentos de presídios estaduais, onde está a maior parte da população carcerária, e alunos do ensino médio (nível de ensino a cargo dos governos estaduais), a distância é ainda maior: são gastos, em média, R$ 21 mil por ano com cada preso — nove vezes mais do que o gasto por aluno no ensino médio por ano, R$ 2,3 mil.

Para pesquisadores tanto de segurança pública quanto de educação, o contraste de investimentos explicita dois problemas centrais na condução desses setores no país: o baixo valor investido na educação e a ineficiência do gasto com o sistema prisional.

Apenas considerando as matrículas atuais, o chamado investimento público direto por aluno no país deveria ser hoje, no mínimo, de 40% a 50% maior, aponta a Campanha Nacional pelo Direito à Educação, que desenvolveu um cálculo, chamado custo aluno-qualidade, considerando gastos (de salário do magistério a equipamentos) para uma oferta de ensino de qualidade.

— Para garantir a realização de todas as metas do Plano Nacional de Educação que está tramitando no Congresso, seriam necessários R$ 327 bilhões por ano, o que dobra o investimento em educação — afirma Daniel Cara, coordenador da campanha.


Soltando o verbo:

É assim: o Brasil investe mais em bandido do que em educação, naqueles que representam o futuro. E, não é interessante (aos donos do poder) que o Brasil se torne um país de educados, de pessoas cultas. Apesar dos discursos contrários, a alienação, o analfabetismo, a pobreza e o crime fornecem subsídios pra os slogans de campanhas, e o crime financia muitas campanhas milionárias. A gente pode comparar o valor da bolsa que a família que o detento recebe ao valor do Bolsa Família. Em Minas Gerais tem também o Bolsa Crack, que aumenta em 900 reais a renda da casa do viciado em droga. Parafraseando o célebre autor Rubem Alves, quando disse que os professores fingiam que ensinavam e os alunos fingiam que aprendiam, os governantes fingem que tão fazendo a coisa certa e o povo finge que não sabe de nada."

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