O Orkut foi encerrado na última
terça-feira de setembro (30). Depois de dez anos de atividade, a gigante
das buscas planeja fazer uma espécie de repositório de comunidades
públicas do Orkut. A companhia vai disponibilizar mais detalhes sobre o
“museu virtual” da plataforma social ainda na terça.
Para quem quer recuperar as informações
contidas na rede social, o Orkut disponibilizou uma ferramenta chamada
Takeout. Com ela, é possível guardar álbuns de fotos, scraps (recados) e
depoimentos.
Histórico
Fundado pelo turco Orkut Büyükkökten, que trabalhava no time de engenharia do Google, o projeto da rede social fazia parte de uma iniciativa da gigante das buscas, que disponibilizava 20% do horário do expediente para funcionários trabalharem em um projeto novo.
A rede social fez sucesso, basicamente,
em dois países: Brasil e Índia. Isso fez com que o Google em 2008
transferisse a responsabilidade pela plataforma entre os engenheiros do
Google nessas duas localidades.
No Brasil, o Orkut foi por bastante
tempo a rede mais acessada no país. Com a popularidade, também vieram os
problemas. Em função da disseminação de pornografia infantil no site,
em 2 de julho de 2008, o Google assinou um TAC (termo de ajustamento de
conduta) com o MPF (Ministério Público Federal), comprometendo-se em
cooperar com a Justiça para localizar infratores.
A primeira experiência de rede social do
brasileiro foi escancarada no Orkut. Não faltavam conteúdos esquisitos
postados por usuários. Houve até sites especializados em reunir esse
tipo de conteúdo, como o “Pérolas do Orkut”.
Outro aspecto da rede social é que ela
foi também palco de uma das primeiras webcelebridades brasileiras:
Katilce Miranda. Após ser beijada por Bono Vox, do U2, durante um show
de 2006, a carioca recebeu em sua área de scraps (recados) mais de 1
milhão de mensagens. A iniciativa ficou conhecida como “Chat da
Katilce”.
Declínio
Em 2011, ano que marcou o início da queda da rede, o Orkut afirmou que não temia a ameaça do Facebook — então com 600 milhões de usuários no mundo (hoje o número de usuários ultrapassa 1 bilhão). Em setembro daquele ano, o Ibope confirmou que a rede social de Mark Zuckerberg havia passado a rede do Google em número de usuários no Brasil.
Além da popularização do Facebook, outra
mudança que contribuiu para a queda do Orkut foi a o lançamento do
Google+ em julho de 2011. No ano seguinte, a plataforma passaria a
conectar os perfis do Orkut à rede, unificando postagens.
Oficialmente, o Google cita que Google+,
YouTube e Blogger acabaram “canibalizando” o Orkut, na medida que não
valia mais a pena manter a rede social idealizada pelo engenheiro turco.
“Foram dez anos inesquecíveis. Pedimos
desculpas para aqueles que ainda utilizam o Orkut regularmente.
Esperamos que vocês encontrem outras comunidades online para alimentar
novas conversas e construir ainda mais conexões, na próxima década e
muito além”, escreveu Paulo Golgher, diretor de engenharia do Google, em
post sobre o fim do Orkut.
O arquivo do Orkut pode ser acessado pelo endereço http://orkut.google.com/
e não permite a alteração do que foi postado. De acordo com o Google,
serão preservadas 51 milhões de comunidades da plataforma social, 120
milhões de tópicos e mais de 1 bilhão de interações acumuladas em dez
anos de existência da rede.
Para usar o "museu virtual" do
Orkut, basta navegar pelas letras na parte inferior da página e buscar a
comunidade que se quer consultar.
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