quinta-feira, 25 de setembro de 2014

As cicatrizes da seca no coração dos pequenos agricultores saboeirenses: Veja o drama vivido por famílias como a de Seu Francisco de Assis

Em minhas andanças durante essa campanha eleitoral, me deparei com diversas situações que aguçaram ainda mais o meu senso de justiça e desejo de ajudar ainda mais meu município, dentro das minhas condições como blogueira e  dona de um coração ricamente humanitário. 

Passando pela zona rural do distrito de São José, cheguei à residência do Sr. Francisco de Assis de Sousa, morador do Sítio Cachoeira Grande. Me deparei com a triste realidade de uma família extremamente castigada pelas consequências da seca, da fome, da miséria e da omissão do poder público.


Estive duas vezes na casa do Seu Francisco de Assis. Na primeira vez o surpreendemos num momento de embriaguez, mas ainda assim isso não impediu que uma luz de alerta se acendesse em meu coração. Compreendi que muitas vezes um pai de família se refugia no álcool pra esquecer os problemas, por se se sentir engessado diante da vida difícil. E encontrei na pessoa do seu Francisco o fruto da revolta, da indignação de uma vida inteira de trabalho e dedicação à família e a uma terra castigada pela seca.


E nessas horas passa um verdadeiro filme na nossa cabeça! Chegamos até a nos sentir culpados por algo que não somos culpados! Nos sentimos pequenos, nos dá ânsia de vômito. Olhar para o quase nada e pensar se as tripas de alguém tá roncando de fome e imaginar a qualidade da água que esse alguém bebeu durante as últimas horas, o último mês nos coloca diante da nossa mera condição de dependentes desse poder público cruel, egoísta, massacrante. Em qualquer esfera (municipal, estadual ou federal), a seca alimenta os discursos daqueles que se sentem chefes das "capitanias hereditárias", e assim perpetuam as situações como a do personagem desse post.


Voltando à casa do Seu Francisco, como ele próprio havia sugerido em seu primeiro momento de desabafo, já o encontrei mais calmo, mas me certifiquei que a minha primeira impressão era verdadeira: por trás das marcas da vida sofrida e da condição sub-humana de sobrevivência, o Seu Francisco é um homem inteligente, idealista, que sabe expressar suas idéias inclusive com um português correto. A televisão, único contato com o mundo exterior à sua realidade, o mantém informado dos acontecimentos do mundo, e serve  de incentivo para ele não desistir de lutar por uma vida melhor!

Voltei acompanhada com meu amigo Iran Vidal (Pink Goldschimitd), convidada por mim para conhecer a família do Seu Francisco, e ver a possibilidade de incluí-los no Projeto Social Mão Amiga, que beneficiará famílias carentes do município mensalmente com uma cesta básica. (foto).

O sábio Francisco de Assis deixa aqui uma sugestão para os políticos de maneira geral. Ele propõe uma solução básica para o Nordeste.  Na opinião do Seu Francisco, fortalecer o cultivo da mandioca seria trazer de volta o mesma força dos tempos do algodão. Vejam o vídeo abaixo:




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