Saboeiro, minha terra amada e querida não é só a terra de João, de José e Maria, a terra da gente de garra, fé e sabedoria. Hoje Saboeiro também é a terra onde o previsível realmente acontece, o impossível surpreende e o inusitado prevalece. É a terra dos bêbados irresponsáveis pilotando suas motos envenenadas com o veneno da sua falta de caráter. A sombra funesta do desrespeito à vida parada á margem de muitas histórias de famílias que perderam seus entes queridos de forma banal.
Talvez esse tom amargo e essas palavras estejam surpreendendo meus leitores, mas esse é o prenúncio de um tema importante que quero debater hoje com vocês. Passaram-se oito dias até que eu ganhasse fôlego pra redigir essa matéria, até que a emoção me permitisse. E vou começar contando uma história real.
Era Uma Vez...
Era uma vez um anjo que veio à terra em forma de amigo para ser luz na vida de uma mulher de temperamento forte e vontade própria, vida marcada por encantos e desencantos, erros e acertos, vitórias e derrotas, mas de bom coração e alma generosa. E como Deus sempre se revela nas coisas e nas pessoas simples e humildes, essa mulher conheceu esse amigo num momento difícil, no leito de um hospital com grave enfermidade e o medo de não poder criar dignamente seus três filhos amados, por estar em grande necessidade. Uma mão que se estendeu na hora certa foi o suficiente pra essa mulher ganhar a gratidão eterna, as orações, a dedicação e a amizade sincera desse ser tão especial.
10 anos se passaram, e nesse período a amizade se fortaleceu, cresceu a cumplicidade, a confiança, a admiração, o companheirismo, um sempre ajudando o outro na hora que se precisava. O estado de saúde desse anjo ficou mais comprometido, e estávamos lutando pra esse anjo conseguir seu tratamento. Ele estava com três hérnias de disco e um cisto na coluna. Em períodos de crise, as dores eram terríveis, mas a qualquer sinal de melhora, surgia a imagem do pai de família trabalhador, preocupado com o sustento dos filhos.
E ele mudou para Saboeiro. Passou alguns meses morando na minha casa, juntamente com os filhos, todos abandonados pela mãe. Nos tornamos então uma grande família.
E o anjo ficou melhorzinho de saúde, teve uma idéia: vender pamonha! Ajudado pelos filhos, todo fim de tarde eles passavam vendendo suas pamonhas. E todo mundo comprava, porque todos se viam envolvidos nessa grande mágica de ajudar o ser humano. O anjo era cativante, todos se davam bem com ele.
Mas um dia, o anjo ia pilotando uma moto, devagarinho, com cuidado, quando se deparou com um motoqueiro BÊBADO, NUMA MOTO SEM FAROL, NA CONTRA-MÃO, e tudo ficou em silêncio. Era a noite de sábado, dia 23 de fevereiro de 2013.
E a história não teve um final feliz!
Analisando os fatos:
Eu fico me perguntando quantas pessoas terão mais que morrer aqui para que se tome providencias, para que as leis de trânsito sejam postas em prática e para que as pessoas se conscientizem que uma vida vale muito, e que todos temos responsabilidade nesse processo. Afinal, acidentes como esse, são comuns em nossa cidade, e são perfeitamente previsíveis, pois em cada esquina a gente se depara com um bêbado correndo de moto, arriscando a própria vida e a vida dos outros.
Então, digo a vocês, que Saboeiro é terra de Zilmar Pereira, o jovem que já se envolveu em vários acidentes por estar embriagado, e que foi o responsável pela morte do meu amigo Antonio Nilson de Souza Lima, 41 anos, pessoa super do bem, trabalhador, pai exemplar, amoroso e esforçado, querido por todos. É o mesmo Vilmar lá do Sítio Mocambinho que bateu na moto pilotada pela jovem Mariza Braga, em setembro passado, que quase a deixou alejada. É o mesmo que já responde a alguns processos por se envolver em brigas de bar, o mesmo que caiu da moto duas vezes por estar altamente embriagado antes de se se chocar violentamente com a moto pilotada pelo meu amigo, levando-o a passar 4 dias em coma no hospital de Barbalha antes do seu coração parar de responder ao apelo de vida. Mas ao saber da morte de Nilson, Zilmar evadiu-se da cidade.
Saboeiro é a terra onde as pessoas trafegam livremente sem o mínimo de proteção: o capacete. Quem pode resolver esse dilema? Não é Lei? Porque não se exige obedecer a Lei?
Eu olho par ao rosto das crianças que ficaram sem seu pai (um pai com um grandioso coração de mãe), e me preocupo com o futuro delas. E a ferida dói! Mas só dói quando é na pele da gente não é? Quem vai precisar morrer para que as autoridades façam justiça nessa terra "sem lei"?
é verdade
ResponderExcluirBem, o que presenciei nesta cidade é que os desprotegido são realmente os pobres. Eu faço uma pergunta, porque as autoridades fazem vista grossa para a outra parte?
ResponderExcluiro prefeito eq tem de fasse a pulicia compri a lei poriso saboeiro ta se tranfomando numa cidade violenta .
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