Desde o final da semana passada uma tragédia vem sendo o assunto mais comentado na cidade. Uma das comerciantes mais conhecidas no município, dona do Mercantil 4 Irmãos, conhecida como Neide do Zé Roque, ingeriu grande quantidade de um veneno letal, popularmente conhecido como Paraquat, um herbicida usado na agricultura para o controle de ervas daninhas, encontrado facilmente em qualquer loja do ramo. Neide vinha passado recentemente por distúrbios psiquiátricos, há poucos meses tendo sofrido um surto, e ora apresentava sinais depressivos.
Hoje a mesma encontra-se em estado gravíssimo, hospitalizada em Fortaleza. Ontem recebeu a visita do esposo e dos filhos, que estão profundamente abalados com o ocorrido. Todos lamentam a morte iminente dessa jovem mulher, que tinha um vasto círculo de amizades.
Diante disso, surge em nossa mente alguns questionamentos fundamentais a cerca do suicídio, uma questão que abrange as áreas da filosofia, religião, psicologia, psiquiatria, entre outras. São muitas as perguntas que surgem em nossa mente: O que leva uma pessoa a cometer tal barbaridade, atentando contra a própria vida? O que passa na mente de um suicida? Existe mesmo uma influencia espiritual negativa que induz o suicida? Quais as consequências espirituais? E a família, o que passa em suas mentes? Os sinais da tragédia eram notáveis? Seria possível evitar o desfecho?
Tenho uma experiência hospitalar de doze anos, e já assisti ao sofrimento de diversas pessoas que ingeriram esse veneno, que causa uma morte lenta, na maioria dos casos, regada com muito sofrimento. Após ingestão e absorção intestinal acarreta lesões hepáticas, renais; acumula-se nos tecidos pulmonares e provoca fibrose progressiva e parenquimatização pulmonar (alveolite obliterante). Ocorre danos também no sistema nervoso central.
Que Deus tenha piedade desse ato impensado dessa Jovem Senhora.
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