sábado, 3 de setembro de 2011

Nosso Blog apóia a luta dos professores do Estado do Ceará



A greve dos Professores do Estado do Ceará começou desde o início de agosto. Eles reivindicam o cumprimento da Lei Federal que estabelece o piso salarial para professores da Educação Básica. a Lei determina que nenhum professor da rede pública, com formação de nível médio e carga horária de 40 horas semanais, pode ganhar menos de R$ 950 por mês, com correção, este ano, passou para R$ 1.187.


Quando esta Lei foi aprovada, cinco governadores questionaram junto ao Supremo Tribunal Federal- STF a constitucionalidade da mesma, sendo eles: os governadores dos Estados de Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul e nosso ilustre Governador do Ceará, Cid Ferreira Gomes. Entretanto, o STF reconheceu recentemente a constitucionalidade da referida Lei.


Antes da greve ser iniciada, a categoria tentou negociar com o Governador, mas este permaneceu irredutível. Assim, apoiados pelo Sindicato- APEOC, a greve teve início no dia 05 de agosto. Veja a nota oficial do Sindicato- APEOC anunciando a greve e justificando a mesma: Clique Aqui


Até agora Cid Gomes não concordou em negociar pessoalmente com os Professores, tendo até acionado o Batalhão de Choque contra os grevistas na AL essa semana. Essa conduta do nosso Governador é questionável. Ele está sendo radical e retrógrado.


Ninguém chegaria a lugar algum se não existissem os professores, é o berço de todas as outras profissões, por isso estes merecem todo o respeito e consideração do poder público e da sociedade.


Encontrei um texto escrito pelo Médico, Antropólogo e Professor Universitário Antonio Mourão Cavalcante, publicado no Jornal O Povo no último dia 28, trancrito para o Blog Olhos do Sertão, que aborda a atitude do Governador do Estado com muita sutileza, e retrata fielmente o sentimento de todos os professores e simpatizantes da causa dos mesmos, e compartilho parte deste aqui com vocês, meus queridos leitores.


"Os professores vêm procurando negociar. Sem êxito. Daí a greve. Até agora os canais estão bloqueados. Não conseguiram uma negociação direta com o governador Cid Gomes.

Essa postura do governador precisa urgentemente ser revista. Escutar não significa capitular. Ouvir não significa ceder, mas sim estabelecer a possibilidade de diálogo.

Não deve temer. Ele não vai conversar com guerrilheiros enfurecidos, vindos da Líbia ou representantes do Al Qead... Eles são os mestres de nossos filhos. Aqueles que com toda alegria e reconhecimento deveriam estar em sala de aula passando conhecimentos – de saber e de vida – à nossa juventude.

Não podem ser hostilizados. Não podem ser desrespeitados. Não podem ser tratados de forma leviana, abusada. Merecem total deferência pelo papel que exercem na sociedade.

Se, eventualmente, os cofres estaduais não suportam estes gastos, explique à categoria.

Seja transparente. Abra as contas do Estado. Um governante não pode ter medo da transparência. Defenda quais são as prioridades de seu Governo, mas nunca deixe de ouvir um professor. Ninguém escolhe ser professor para ficar rico. Mas por convicção e vocação. Por isso merece um salário digno pela tarefa que desempenha.

Como construir um Estado forte, desenvolvido, sem ter os professores partilhando destes sonhos? Não tenha medo governador. O Ceará espera gestos de conciliação e de solidariedade. A grandeza não está na afronta, mas na mão estendida ao diálogo. "
(grifos meus)


Antonio Mourão Cavalcante
a_mourao@hotmail.com

2 comentários:

  1. Se o próprio governo do estado reage com tamanha intolerância usando a polícia como escudo mediante uma discussão que visa benefícios a uma categoria importante como é a de professores, como esse mesmo chefe de estado pode posicionar-se de maneira coibitiva frente à violência indiscriminada que há hoje no estado do Ceará, tendo inclusive a polícia como alvo?
    Como dizer não à violência dentro das escolas se o representante maior de nosso estado não dá bom exemplo? De nada adianta construir escolas e propagar na mídia um suposto desvelo à educação em sua gestão, dando alfinetadas na gestão de outros governadores bem como de prefeitos, se a realidade nos salta aos olhos. Suely Andrade de Oliveira

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  2. Nota de Repúdio
    Venho por meio desta, tornar público meu repúdio ao desrespeito escancarado que está havendo ao professor da rede pública estadual cearense, por parte do poder público local, mas especificamente na figura do governador Cid Ferreira Gomes, em resposta à reivindicação de melhoria salarial da categoria, quando representantes desta manifestavam-se na Assembleia Legislativa de Fortaleza contra uma mensagem aprovada pela casa, que contraria os interesses dos professores .
    Em sua fala o governador diz que a iniciativa, pela mensagem, foi a de tentar diminuir a tensão entre Executivo estadual e professores. o que não convence a sociedade em geral, visto que os atos truculentos da Polícia Militar, por meio do batalhão de choque, comandado por Cid, deixa claro a ausência de tentativas pacíficas acerca do assunto.
    Também à atitude de Roberto Cláudio, presidente da Assembleia Legislativa, ao permitir tamanho absurdo dentro daquele espaço, que tem como objetivo principal a discussão de assuntos de interesse da sociedade em geral.
    Essa atitude por parte do poder público é no mínimo revoltante, pois além de reforçar o desrespeito à classe dos professores, gera uma antipatia entre duas categorias: professores e policiais que, devem ter em mente o zelo pela cidadania para o bem-estar da sociedade.
    Ver o professor ser tratado com tamanho descaso e desrespeito gera uma insegurança maior acerca do futuro da sociedade brasileira, visto que o fato acaba por tornar-se um mau exemplo, que certamente será seguido por muitos em detrimento ao respeito e à valorização que deve haver à classe dos professores.
    Por fim, repudio a fala da secretária da educação do estado, Izolda Cela, acerca da
    agressão de professores dentro da Assembleia Legislativa, ao compreender a ação do deputado Roberto Cláudio , ao dizer que o mesmo agiu em defesa à integridade dos servidores da Casa e do patrimônio público, o que deixa um questionamento: E a integridade dos professores, quem deveria manter?
    Suely Andrade de Oliveira 30 /09 /2011

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