segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Guilherme de Pádua: o mais recente entrevistado de Marcelo Rezende para o Domingo Espetacular


Vinte anos depois de chocar o país ao matar a atriz Daniella Perez (1970-1992), filha da autora Gloria Perez, Guilherme de Pádua deu  detalhes do assassinato ao jornalista Marcelo Rezende, no quadro "Grande Reportagem", do "Domingo Espetacular" (Record).  Após seis meses de negociação, o ator aceitou conversar com Rezende. A reportagem foi ao ar neste domingo (09), e como todas as reportagens de Marcelo Rezende, prendeu a atenção de todo o país.

Na entrevista exclusiva, realizada no começo deste mês em Belo Horizonte, Pádua confessa a participação no crime e dá mais detalhes do assassinato. Em 1992, ele e Paula Thomaz, que tinham 23 e 19 anos, respectivamente, mataram Daniella com 18 golpes de tesoura. Pádua e a atriz estavam no elenco da novela "De Corpo e Alma", de autoria da mãe da vítima, Glória Perez.

Soltando o Verbo:

Passados 20 anos do crime, o caso ainda gera polêmica. Há quem acredite no arrependimento de Guilherme, há quem o ache apenas um assassino frio e calculista. Há também quem indevidamente lance críticas à emissora, por ter aberto o espaço para o depoimento de Guilherme. Ora, vale lembrar que Guilherme já cumpriu a pena pelo crime que cometeu. Se nossas leis são frágeis e ele foi solto com menos de 7 anos de prisão, tendo sido condenado há 19, esse é outro problema. mas o direito de ser ouvido ele tem, assim como a emissora tem o direito de ter procurado Guilherme pra fazer a reportagem. E legalmente, ele hoje não deve mais nada à sociedade, por ter cumprido sua pena.  Não adianta dizerem que a Record  quis audiência, porque todo canal de televisão sobrevive de audiência. Discordo totalmente de quem comentou no youtube, onde tão os vídeos da entrevista que foi uma reportagem sensacionalista. Foi uma matéria muito bem feita, e a conduta de Marcelo é impecável em situações desse tipo.

Não estou aqui a justificar o crime cometido por Guilherme e sua ex-esposa. Não quero também entrar no mérito da questão sobre quem foi mais cruel, ele ou ela. Não sei o que verdadeiramente se passa no íntimo de Guilherme, achei que faltou emoção na narrativa dele em relação ao crime, que sua emoção foi real ao falar do estrago que isso fez em sua vida, da fé que o colocou diante de uma nova vida.  

Enxergar essa coisa toda sem paixões, sem fazer julgamentos é algo muito difícil. Se colocar no lugar da mãe de Daniela assistindo aquela reportagem tenho certeza que foi algo que passou pela mente de todo expectador, como passou pela minha, embora essa atitude não ajude a enxergar as coisas com imparcialidade.

Também não é mais hora de fazermos julgamentos, mas devemos considerar sempre que em todos os lados há sofrimento, há uma família envolvida, mães que choraram, porque, como mãe, não consigo imaginar que ser mãe de assassino seja mais fácil que ser mãe de uma vítima. Só sei que em qualquer das posições, tem que haver humildade, arrependimento, perdão, compaixão, verdade, superação. À sociedade o assassino de Daniela Perez não deve mais nada, à Deus, só cabe ao Criador a decisão, e isso é entre eles dois, afinal, quem de nós não tem contas a acertar com o Salvador?

De qualquer forma, o foco dessa matéria é a excelente reportagem da Record  e o brilhantismo de Marcelo Rezende.  

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