CONHEÇA SABOEIRO, SUAS RUAS E O CONTEXTO HISTÓRICO

Saboeiro é uma cidade limpa, com ruas arborizadas, a maioria de suas ruas são largas. A cidade não é bem dididida em quarteirões, foi aumentando desordenadamente, com a maioria de suas casas coladas. Algumas ruas ainda conservam, embora não totalmente, características de um estilo de construção mais antigas na faxada de suas casas, nas paredes de grande expessura e tetos muitos altos. Infelizmente, algumas casas foram reformadas modificando a estrutura das faxadas, especialmente na Rua Viscondedo Icó, que margeia o Rio jaguaribe, localizada na parte mais baixa da cidade, em frente à Igreja Matriz, uma das mais antigas da cidade.




Tem ruas que são divividas por praça em toda sua extensão, como a Rua Barão de Aquiraz.

O Centro da cidade no chamado Centro de abastecimento, é um espaço amplo, onde tem a maior concentração de comércios, restaurantes populares, lojas, açougues, e onde é realizada a feira livre aos sábados.




A Rua Fernades Bastos é a maior da cidade, mas ganhou o apelido de "Ruinha". É lá que se encontra a maior parcela da população negra de Saboeiro. Infelizmente, houve uma época vergonhosa da nossa história, há dezenas de anos, existia um certo preconceito. A cidade, era então bem menor,e era basicamente dividida: um lado para a população branca e mestiça, e outro para os negros. Esse preconceito hoje não mais existe, graças à Deus. Na época, até clube de festa era separado. Hoje a população já se divide na cidade toda, e a própria quadra onde são realizadas as principais festas da cidade se localiza na popular "Ruinha", que também conta com muitos moradores brancos. Acredito que este diminutivo serviu de apelido pelo fato da população dali ter sido inferiorizada por muitos anos. É simplismente pelo fato de muitos negros terem se estabelecido, construído suas casas na referida rua que ainda sua população negra é maior. A Rua Fernandes Bastos, no lado que dá acesso ao Centro da cidade, possui uma pequena capela, localizada no meio da rua. Só havia casas até ali. Então, com o êxodo rural, a população oriunda da zona rural, a maioria negra, foi construindo casas. E assim, a gente ainda hoje observa que a própria Rua Fernandes Bastos, da capelinha ao centro, é totalmente habitada por brancos, e a população negra se concentra após a capela.

A gente também observa que, após a capela, as casas são mais estreitas, mas simples, embora muitas já tenham sido reformadas e ampliadas, e que que muitos dalí vivem da agricultura. A foto que mostra a praça que se estende por boa parte da referida rua, mostra uma quantidade de feijão estendido no chão para secar, ao sol.
O preconceito existia também contra prostitutas, que muitas vezes foram barradas na porta das festas no clube dos brancos, o NAC- Nocratão Atlético Clube, localizado em outro setor da cidade. Eu mesma fui testemunha de uma cena dessas.


Essa triste página da nossa história, da qual ainda havia fortes vestígios na minha infância, tá dando lugar a uma população unificada, e o preconceito existente em ambos,tanto nos bancos quanto nos negros, tá cada dia mais, dando lugar ao sentimento de orgulho de ser saboeirense, seja branco, negro, amarelo ou vermelho.

Foto 1: Rua Visconde do Icó
Foto 2: Rua Barão de aquiraz
Forto 3: Centro de Abastecimento, na calma de um dia de domingo.
Foto 4: Capela de Nossa Sra. de Fátima, localizada exatamente no meio da R. Fernandes Bastos, virada para o centro da cidade, precisamente para a rodoviária.
Foto 5: Foto tirada da capelinha, mostrando a rua à sua frente, mostrando a rodoviária no fundo.
Foto 6: Praça da Ruinha. Ao lado dessa praça, que se alonga por boa parte da rua, estão uma igreja evangélica e a antiga quadra antes usada para as festas dos moradores da rua.