quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

A Política e a Moral na visão do Sargento Bandeira

Vos apresento mais um artigo do meu amigo Sargento José Adamir Bandeira, ou simplismente Sargento Bandeira.

A POLÍTICA E A MORAL

No conturbado sistemas político brasileiro os eleitores já perderam a crença de que ao votar em algum político estejam cumprindo o fiel papel da democracia e colocando no posto público a representatividade da sociedade ou o gestor dos recursos que são de todos.

Pelo menos é esta a visão que se tem do noticiário nacional. Já se sabe muito, mas vale salientar que ainda há muita coisa em baixo do tapete, e somente a ação correta e firme de alguns repórteres apoiados por poucos veículos de comunicação é que têm salvado a pátria brasileira de maiores descalabros.

Todo dia a imprensa está recheada por corrupções, crimes contra a economia pública e completo descompromisso daqueles que lutam pelo poder com um discurso falso nos lábios e um projeto sórdido no coração.

O caso da concessão de passagens áreas por deputados e senadores é antigo e faz com que a república brasileira comprometa pelo menos vinte mil reais mensais para cada parlamentar da área federal distribuir passagens de acordo com seus interesses.

O fato foi levantado publicamente pela imprensa comprometida com a verdade, porém os parlamentares desacreditando na capacidade de indignação do povo brasileiro justificam publicamente que a prática é normal. Segundo eles, amigos, parceiros comerciais e familiares podem viajar fazendo turismo no Brasil e no exterior às custas do sangue do trabalhador brasileiro.

Alguns chegam mesmo a afirmar que não podem deixar de levar seus familiares nas viagens porque foram eleitos junto com a família e que estes agregados fazem parte do mandato. Isto é falta de caráter que somente funciona em meio ao analfabetismo escolar e político do Brasil.

Há eleitores que batem palmas e dizem que o parlamentar está defendendo a família. Esquecem, porém, que estes discursos defendem apenas os interesses das próprias famílias. Precise um simples cidadão de uma passagem área para levar um ente doente em condições precárias para um caso de urgência e procure um parlamentar argumentando que está indo em defesa de sua família. Solicite uma passagem para socorrer esta emergência e verá que resposta sairá da lavra do astuto usuário do dinheiro público.

No Ceará as coisas também não acontecem diferente. Os Políticos também distribuem gracejos para alguns, eles, via seus gabinetes, conseguem passagens para seus apadrinhados que viajam para qualquer lugar. Isto é imoral e está distante das finalidades do poder público e das regras de formação do Estado.

As prefeituras também não fazem diferentes. Pequenas ou grandes arrancam das mãos de crianças famintas, de doentes terminais, de trabalhadores desempregados e de artistas sonhadores com suas possibilidades de realizações os recursos que se queimam no fogo ardente das vaidades, das paixões pessoais e dos arranjos interesseiros completamente distanciados da função municipal.  

Quantos banquetes estão sendo realizados por noitadas despudoradas com o dinheiro que sai dos cofres da municipalidade e são comprovados com gastos completamente diferenciados do real acontecimento? Este país está contaminado e comprometido com a febre da corrupção e do descalabro público. Os eleitos esqueceram definitivamente qual é a função do homem público e qual a finalidade do dinheiro que sai das mãos suadas dos contribuintes.

Crianças pedem comida, professores pedem melhores condições de trabalho, doentes pedem médicos, medicamentos e hospital, profissionais da área de saúde pedem salários e condições, moradores isolados pedem estradas, produtores rurais pedem assistência e as cidades pedem um pingo de respeito e vaidade com o urbanismo, com a pavimentação e com o esgotamento sanitário. Estas e muitas outras são intervenções legítimas a serem custeadas com o dinheiro público. E para onde ele vai? Para as mãos dos que menos necessitam, ou mesmo daqueles que já têm o suficiente.

Por que os gastos descriminados de cada parlamentar ou de cada executivo público não estão de forma clara e lícita nos arquivos da internet, atualizados diariamente para o conhecimento da sociedade que os elegeu?

Por que os agentes públicos têm tanto medo da transparência de suas atividades? Por que não se cumpre a lei da prestação de contas e não se coloca abertamente a publicidade de seus atos? São tantas perguntas que ficam sem respostas, confirmando aos olhos de todos que a cada dia a política se distancia mais ainda da moral. Até onde vamos? Até onde a sociedade agüenta? Estas são perguntas que também ficam sem respostas.

(Sargento Adamir Bandeira.)  

Um comentário:

  1. Este artigo serve para as pessoas refletirem mais na hora de darem seu voto...

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